A greve dos futebolistas argentinos, alargada a todos os escalões, motivada por salários em atraso, terminou na quarta-feira, segundo anunciou a federação argentina (AFA).

Segundo a AFA, a greve foi cancelada depois de um acordo entre os sindicatos dos jogadores, ministério do Trabalho e os canais de televisão que detêm os direitos de transmissão dos jogos.

O principal campeonato, o Torneio de Clausura, deveria ter recomeçado no fim de semana de 4 e 5 de março, mas a greve dos jogadores impediu o arranque da competição.

O Estado comprometeu-se a pagar parte da dívida por intermédio dos direitos de transmissão, cerca de 21 milhões de euros. Outra «fatia» foi canalizada por empresas privadas interessadas em patrocinar o campeonato, com a condição de que a verba fosse encaminhada diretamente para os clubes, que se encarregarão de pagar aos jogadores os salários em falta.

No início da semana, o governo argentino já tinha pago 350 milhões de pesos (cerca de 21 milhões de euros) à AFA, o que serviria para ajudar a evitar a greve dos jogadores, que se manteve, porém, até à passada quarta-feira.

O pagamento aconteceu no seguimento da rescisão de contrato de direitos televisivos, estabelecido ainda no governo de Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015), segundo o qual os jogos seriam transmitidos em sinal aberto.

Esta rescisão com o Estado levou a AFA a licitar a transmissão dos jogos, que têm como partes interessadas o grupo espanhol Mediapro e os norte-americanos da ESPN e da Fox/Turner. Falta, no entanto, formalizar a concessão dos direitos televisivos.

A AFA é dirigida, desde 2016, por uma comissão criada pela FIFA e pela CONMEBOL (Confederação sul-americana), que tinha entre as suas tarefas a formulação de um novo estatuto e a convocação de eleições, que deverão acontecer no próximo mês.