Em terras onde se canta por Adele, foi o médio português Vitinha a ter a melhor melodia para apurar o Wolverhampton para os «oitavos» da Taça de Inglaterra. Só alguém como ele - ou «Someone Like You» - teve a capacidade para desbloquear e fazer a diferença ante o modesto e surpreendente Chorley, do sexto escalão (0-1).

Depois de ter feito história ao chegar à quarta eliminatória – bateu o Derby County do Championship na terceira – o Chorley apresentou-se como a única equipa não profissional entre as 32 melhores e assustou um Wolverhampton sem algumas das figuras habituais de início.

Com a margem mínima estabelecida num golaço de Vitinha aos 12 minutos, fruto de um remate de meia distância cujo efeito traiu o guardião Urwin, talvez Nuno Espírito Santo não tenha sentido o jogo absolutamente sob controlo com o passar do tempo. Aos 68 minutos, lançou Rúben Neves, Pedro Neto e Adama Traoré para dar outra frescura e músculo à equipa, que acabou por segurar a margem mínima até ao apito final.

No Victory Park, o Wolverhampton cantou por fim a vitória, na noite de estreia de Vitinha a marcar pelo clube inglês. Mas o Chorley quase a desafinou.

«Rolling in the deep», cantaria Adele, face à incerteza no marcador. Três lances claros do Chorley mostraram que o jogo não estava ganho à partida. Dois foram no início de cada parte: primeiro por Cardwell, depois por Hall. O mesmo Hall, ao minuto 61, obrigou mesmo o guardião Ruddy a voar para uma extraordinária defesa, a melhor do encontro.

O Wolverhampton acabou por garantir o triunfo com alguma gestão e controlo no final.

Se fosse para tocar nova música de Adele, Vitinha diria «Hello». O Wolverhampton diz olá aos oitavos de final e espera o aceno do vencedor do jogo entre Southampton e Arsenal para o próximo duelo na Taça de Inglaterra.