Mourinho acreditou, o Chelsea acreditou e a equipa de Stamford Bridge segue para as meias-finais da Liga dos Campeões. Um jogo muito tático com a equipa inglesa a anular a vantagem dos franceses com dois golos vindos do banco. Mais um recorde para José Mourinho que, além de nunca ter caído nos quartos, está pela oitava vez nas meias-finais da liga milionária. Tal como tinha feito com o FC Porto em Old Trafford, Mourinho voltou a correr junto à linha para ir festejar com os seus jogadores.

Confira a FICHA DO JOGO

Sem Ramires, José Mourinho juntou David Luiz e Lampard à frente da defesa e apostou em Etoo, recuperado de lesão, no ataque, apoiado por um tridente muito jovem: Willian, Hazard e Oscar. Laurent Blanc, sem poder contar com o seu maior trunfo, Zlatan Ibrahimovic (lesionado), lançou Lucas para um ataque que contou ainda com Lavezzi e Cavani.

Os primeiros minutos foram de muita contenção, jogados a um ritmo muito baixo, coma equipa francesa a ocupar bem os espaços e o Chelsea a sentir muitas dificuldades para imprimir velocidade ao jogo. Oscar foi o primeiro a fazer subir as emoções, aos dez minutos, com um belo pormenor junto à linha de fundo, ao sentar dois adversários, antes de cruzar à procura de Etoo. Respondeu Lavezzi, também num lance individual, mas a verdade é que não existiam claras oportunidades de golo.

O jogo já não estava fácil para o Chelsea e uma lesão de Hazard, aos 18 minutos, obrigou Mourinho a antecipar a primeira alteração. O treinador lançou Schürrle, numa substituição que se viria a revelar-se providencial. O jogo prosseguiu demasiado fechado, com um PSG a ceder a iniciativa a um Chelsea que parecia não ter ideias para chegar à baliza de Sirigu. Num lance de bola parada, um pontapé de canto, tudo mudou. David Luiz desviou, com as costas, junto ao primeiro poste e a bola foi cair na zona central onde apareceu Schürrle a rematar para o primeiro golo. O jogo não voltou a ser o mesmo.

Duas bolas na trave antes da festa

Um golo que fez bem ao Chelsea que conseguiu finalmente impor maior velocidade ao jogo diante de um PSG que não percebeu que o resultado tinha-se tornado perigoso. Mas até ao intervalo, apenas mais uma oportunidade, para o Chelsea, com um remate de Cahill muito torto. Os Blues conseguiram transportar a boa dinâmica do final da primeira parte para a segunda e, logo a abrir, acertaram por duas vezes na trave. Primeiro foi Schürrle, depois de uma boa combinação com Willian, logo a seguir Oscar, na marcação de um livre.

Apesar dos sinais evidentes, o PSG, sem personalidade, nunca alterou a sua forma de estar. Mourinho precisava de mais um golo e arriscou, primeiro com a entrada de Demba Ba, depois de Fernando Torres. Laurent Blanc mexia no sentido inverso, abdicando de Verrati e Lavezzi para reforçar o meio-campo, com Pastore, e a defesa, com Marquinhos. À medida que os minutos passavam, aumentava a pressão do Chelsea e, a dois minutos dos noventa, chegou finalmente o golo, marcado por Demba Ba, depois de uma série infindável de ressaltos na área do PSG. O plantel dos Blues juntou-se para festejar o golo que apurava a equipa para as meias-finais e José Mourinho aproveitou a ocasião para dar instruções a quase todos os jogadores.

O jogo tinha acabado ali. Ainda houve expetativa em dois pontapés de cantos para o PSG, mas Petr Cech resolveu a soco. Pela primeira vez em 2014, o PSG acaba um jogo sem marcar um golo quando mais precisava, mas também é verdade que não fez muito por isso. Mourinho segue mais uma vez para as meias-finais, pela oitava vez na sua carreira, depois de contornar o resultado mais desfavorável que já tinha encontrado nos quartos-de-final.