Invasão do «derby»: ministro da Administração Interna solicita «exame da situação»

A invasão do terreno de jogo do Sporting-Benfica deste domingo tem motivado nesta segunda-feira várias reacções das entidades competentes, nomeadamente, do responsável pela segurança do Euro 2004, Leonel Carvalho, [ver artigo relacionado] e também já do ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes.
O governante, citado pela Agência Lusa, revelou esta manhã que solicitou aos serviços do seu ministério um «exame da situação» para aferir o que pode ser melhorado a nível da segurança. Figueiredo Lopes afirmou que «felizmente a situação foi controlada», mas adiantou também que quer o ministério da Administração Interna (MAI) examine o que se passou para que a segurança possa «continuar a melhorar».
Por outro lado, em outra instância, a Lusa cita uma fonte do mesmo ministério indicando que a formação de Assistentes de Recintos Desportivos (ARD) é feita sob «critérios muito rigorosos», que «cada novo curso tem que ser alvo de aprovação» e que os exames têm de ser «remetidos» ao MAI, incluindo a «própria formação dos formadores».
Em comunicado, o Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) reagiu também às incidências no âmbito do Euro 2004, referindo através do Secretariado Distrital de Faro que «há enormes fragilidades de articulação no terreno e algumas falhas na planificação da intervenção em tempo útil de modo a garantir níveis satisfatórios de eficácia».
Considerando o jogo de Alvalade como «um mau presságio para a segurança do Euro 2004», o documento explica o que está ainda por conseguir: «Apesar dos testes e simulacros que se realizaram, os mesmos perderam alguma utilidade prática, na medida em que nenhum simulacro foi imprimida toda a lógica da perigosidade admissível e provável durante o Euro 2004.»
O SPP analisa assim que, este domingo, os incidentes só não foram mais graves porque o grupo de adeptos que invadiu o campo «recuou de imediato quando se apercebeu que tinha sido um reduzido número de invasores a conseguir chegar ao relvado.
Mas o «excelente mecanismo de dissuasão» que é o fosso entre o campo e as bancadas do estádio do Sporting é algo que não existe em qualquer outro estádio do europeu e os polícias algarvios dão o alerta com o exemplo do Estádio do Algarve. «Não possui essas caraterísticas e isso também nos preocupa bastante.»