Se um Vieri incomoda muitos defesas, um segundo Vieri incomoda muito mais. Terá sido essa a lógica que levou os dirigentes da federação australiana a convocar o irmão mais novo da estrela do Inter para a selecção? É duvidoso que assim seja, mas Max Vieri, o mano discreto de Christian, não esconde o entusiasmo pela possibilidade de conhecer finalmente a glória do futebol internacional ao mais alto nível. Ou quase: a 30 de Março, o avançado do Nápoles, onde é colega do português Vidigal, vai vestir pela primeira vez a camisola do seu segundo país, num particular com a África do Sul.
Tal como o seu irmão famoso, Max Vieri passou a infância na Austrália, acompanhando a carreira de treinador do pai e, ao regressar a Itália, manteve sempre a dupla nacionalidade. Só que o seu talento nunca foi tão apreciado como o de Christian, pelo que Max chegou aos 25 anos sem qualquer passagem pelas selecções italianas e, em consequência, com o estatuto de elegível para representar a Austrália, de acordo com as normas da FIFA.
De volta aos golos no Nápoles, este fim-de-semana diante do Torino, Vieri júnior acolheu a chamada com entusiasmo: «Feliz é dizer pouco sobre o meu estado de espírito», admitiu, «esta chamada deixou-me radiante». E se a Austrália se qualificar para o Mundial-2006, juntamente com a Itália, quem sabe não será este o início de mais um episódio insólito na história dos Mundiais, com um confronto de irmãos a representar países diferentes?