Trezentos adeptos do Modena simularam um funeral do clube, passeando um caixão, com as cores e emblema do clube, pela cidade, depois da equipa ter perdido três pontos na secretaria por falta de comparência no jogo com o Mestre na sequência de um conflito com a autarquia local que impediu a equipa italiana de jogar no Estádio Braglia.

O conflito já durava desde o início da época, com a câmara municipal local, proprietária do recinto, a exigir o pagamento de uma dívida de aproximadamente 625 mil euros, tendo inclusive já emitido uma ordem de despejo. Ainda assim, o clube manteve o Estádio Braglia como o recinto onde deveria receber os jogos da Série C do campeonato italiano.

Já sem acesso aos escritórios e campos de treino, o clube decidiu que que ia passar a jogar no vizinho Estádio Morgagni de Forlì, mas a verdade é que não conseguiu a licença necessária da Comissão de Infraestruturas da liga italiana para jogar no novo recinto a tempo. Faltava fazer a inspeção para assegurar que estavam reunidas as condições necessárias para se jogar naquela que seria a nova casa do Modena.

Sem estádio para jogar, o clube acabou por perder o jogo na secretaria por 0-3, o que levou ao protesto inusitado dos adeptos que declaram o clube como «falecido» a 1 de outubro «depois de uma longa e dolorosa agonia» que colocou um ponto final a 105 anos de história.

Os próprios jogadores do Modena, apoiados pelo sindicato de jogadores, emitiram entretanto um comunicado onde manifestam apreensão pela atual situação e a vontade de poder voltar a jogar o mais rapidamente possível.

«Neste momento não nos interessa encontrar culpados, mas queremos jogar e usufruir das condições que nos permitam exercer o nosso trabalho com dignidade e com respeito pelas regras», refere o comunicado onde os jogadores solicitam a ajuda do sindicato e da federação italiana para que seja encontrada uma solução para este problema. «Estamos ainda no início desta competição e queremos disputá-la até ao fim», referem ainda os jogadores.