Um folheto distribuído este sábado no jogo entre a Lazio e o Nápoles avisava os adeptos que ocupam a curva norte do Estádio Olímpico de Roma, que as primeiras filas não são lugar para mulheres.

«A curva nord é um lugar sagrado para nós, um ambiente com um código não escrito que deve ser respeitado. Sempre encarámos as primeiras filas como uma trincheira e por isso não admitimos mulheres, esposas ou namoradas», podia ler-se no folheto que alguns elementos da claque «Irriducibili» passaram antes do encontro, que estipulava que as mulheres deveriam ocupar um lugar «da fila 10 para trás».

«Os que escolhem o estádio como uma alternativa a um dia de passeio romântico na Villa Borghese [um parque da capital italiana], vão para outro setor do estádio», terminava o folheto, em jeito de conselho.

Escusado será dizer que a polémica não se fez esperar e a Lazio já reagiu, através do diretor de comunicação, distanciando-se deste folheto.

«O clube sempre foi contra qualquer tipo de discriminação, e na curva nord, sabemos que sempre houve uma presença feminina, não muito grande, mas existe. Existem muitas adeptas da Lazio e fazem ouvir as suas vozes», começou por dizer Arturo Diaconale, em declarações à agência Ansa, considerando que o folheto parece «uma iniciativa falhada da minoria».

Apesar de não concordar com a discriminação, o porta-voz afirmou que a Lazio não tomará nenhuma atitude neste caso. «Nós não somos um órgão de polícia e isto não é um crime. O que podemos fazer é dizer mais uma vez que estas iniciativas prejudicam o clube, que não tem nada a ver com isso», finalizou.

Mas, segundo a imprensa italiana, as autoridades italianas estão a investigar a situação que pode mesmo configurar crime de discriminação.

A claque da Lazio está constantemente envolta em polémicas. Além de ter sido várias vezes causa de multas e castigos ao clube por comportamentos racistas, no ano passado, usou uma imagem de Anne Frank acompanhada de mensagens anti-semitas.