Ivo Pinto em Zagreb pelos títulos e a seleção nacional

O Maisfutebol desafiou os jogadores e treinadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:

IVO PINTO, DÍNAMO ZAGREB (CROÁCIA)

«Olá a todos os leitores do Maisfutebol,

É com imenso prazer que me apresento neste projeto. No último verão, mudei-me para o Dínamo de Zagreb, após uma época muito positiva no Cluj, da Roménia, em que me estreei na Liga dos Campeões e defrontei grandes clubes europeus, como o Manchester United, Galatasaray e Braga.

Havia propostas de vários clubes, mas eu, juntamente com o meu agente, considerei que esta seria era melhor opção para a minha carreira. Trata-se de um clube histórico, que, em termos de organização, assemelha-se ao FC Porto, porque está a habituado a ganhar a nível interno e é quase sempre campeão da Croácia. É também dos clubes que representei o que tem a maior massa associativa.

Estou muito feliz com esta escolha. Sei que estou no clube certo para evoluir, para ganhar títulos e sonhar com uma chegada à Seleção Nacional.

Antes de vir para Zagreb, falei com o Tonel que tinha representado o clube nas últimas três épocas. Desde logo, ele disse-me que era um país muito bonito e que a cidade também era muito bonita. Mas eu tinha uma ideia diferente e pensava que Zagreb fosse uma cidade mais escura, como algumas da Roménia.

A verdade é que até agora estou surpreendido com Zagreb. É uma cidade muito grande e tem zonas de lazer muito bonitas e fantásticas, a começar pelo centro, que tem um bom ambiente para se passear e estar em família. É muito verde, limpa e organizada.

O mais difícil até agora na Croácia tem sido aprender a língua. O croata, ao contrário do romeno, que aprendi com alguma facilidade, é uma língua muito difícil. Sei dizer algumas palavras em croata, como “obrigado”, “bom dia” e “bola”, mas, no geral, não tenho tido muitos problemas porque 80 por cento da população fala inglês.

Recentemente, joguei o maior clássico do futebol deste país. A minha equipa enfrentou o seu maior rival, o Hadjuk Split. Tal como os outros clássicos, tem um ambiente único e fantástico no Estádio e é daqueles jogos que é sempre falado antes de começar e depois de acabar. Posso dizer que a cidade de Split praticamente para no dia desta partida. Há as habituais picardias entre os adeptos das equipas e também entre os jogadores dentro de campo. Claro que é um jogo de alto risco, por isso tem sempre segurança muito apertada quando o Dínamo chega a Split.

Infelizmente, o resultado não foi o que desejávamos. Perdemos por 2-0 e é daquelas derrotas que são difíceis de engolir para os jogadores e para os adeptos. Um dos nossos adjuntos é uma lenda no clube e tem contacto com alguns adeptos e recebeu várias mensagens de desagradado por este resultado.

Agora, só nos resta melhorar. Depois deste desaire, vencemos o Osijek por 1-0, empatámos com o NK Zadar (0-0) e vencemos esta noite o Rijeka, de novo por 1-0. Lideramos a Liga e acredito que assim vai ser até final da época.

Até breve,

Ivo Pinto»