Marat Izmailov voltou a aparecer, e voltou a falar. O russo quebrou o silêncio numa entrevista ao site da UEFA, na qual elogiou o FC Porto pela compreensão que o clube demonstrou para com ele e garantiu que quer muito no final do empréstimo ao Gabala regressar ao Dragão.

«Eu tenho contrato com a FC Porto até o verão de 2015 e um forte desejo de voltar totalmente preparado para manter um alto nível no clube, para ajudar a equipa a alcançar resultados e para ganhar troféus.Este é um objetivo importante que eu tenho», confessou o jogador.

Izmailov reconheceu de resto que passou quase cinco meses com problemas pessoais graves, mas em nenhum momento aceitou revelar quais forma esses problemas. Garantiu apenas que existiram.

«Desde o final de setembro eu não treinava no FC Porto por motivos pessoais. O clube reagiu à situação com compreensão, caminhou em minha direção. Tive uma conversa com o treinador Paulo Fonseca e com a direção, eles concordaram em deixar-me ir embora até as coisas se acalmarem.»

Foram cinco meses muito complicados, admitiu.

«Foi uma experiência dura. Todos os dias pensava no futebol. Para colocar as coisas de uma forma simples, não foi a mais fácil das várias fases da minha carreira.»

«Estive várias vezes fora de futebol, mas esta foi a mais difícil»

Para Izmailov o ingresso no FC Gabala será como uma espécie de novo início da carreira. Mais um, aliás: os reinícios de carreira não são uma coisa nova para ele.

«Já me tinha acontecido antes estar tanto tempo fora dos relvados. Sobretudo no Sporting, por causa das lesões. Fui operado quatro vezes seguidas sempre ao joelho direito. Portanto mais do que uma vez estive fora do futebol, mas a natureza dos afastamentos foi diferente», referiu.

«De facto, foram várias experiências diferentes. Esta última foi mais difícil. Das outras vezes comecei a trabalhar logo que foi possível iniciar o processo de reabilitação da lesão, mas desta vez não foi possível trabalhar normalmente. Periodicamente mantinha a forma, mas não pode ser comparado com as exigências profissionais.»

Foram tempos complicados, portanto, mas que Izmailov garante pertencerem ao passado.

«A minha alma precisa de um campo de futebol»

«Agora sinto-me muito melhor. Estou a ganhar ânimo com a nova equipa. A minha alma precisa de um campo de futebol e estou ansioso por jogar. Mas espero que as pessoas entendam que só com jogos nas pernas posso entrar no ritmo necessário.»

«Como aconteceu a opção Gabala? Tudo aconteceu muito depressa. Numa noite recebi a oferta, concordei sem hesitar e na manhã seguinte fiz as malas e viajei para Baku. É a minha primeira vez neste país, só conhecia as coisas superficialmente, mas quando o Yuri Semin assinou pelo Gabala, não só eu como muita gente, começou a interessar-se pelo clube.»

Izmailov garante de resto que foi muito bem recebido e que está «cheio de emoções positivas».

«A principal razão da minha vinda foi Yuri Semin. Vim para ajudá-lo a ele e à equipa a tornarem-se campeões e a vencer a Taça do Azerbaijão. Sinceramente nem tomei muita atenção ao destalhes do negócio. O futebol faz-me muita falta e estou grato a estas pessoas por me darem possibilidade de jogar.»

No futuro, diz, pode até concretizar o sonho de regressar à seleção da Rússia.

«A partir de agora, claro, penso levemente nisso. Mas tudo depende de mim. Se conseguir jogar bem e a equipa passar por uma série de jogos feliz, se eu jogar constantemente no Gabala e depois no FC Porto, posso voltar a vestir a camisola nacional. Acredito muito nisso.»

Izmailov volta enfim a ser um homem que sorri.