A imensidão do território chinês é desgastante. Veja-se o caso de Jaime Pacheco e da sua equipa técnica, da qual fazem parte o professor Luís Diogo Campos e Khadim Faye. Nas 15 visitas a adversários na liga chinesa, 14 foram feitas de avião «em viagens de mais de duas horas».

Junte-se a isto mais dois jogos a contar para a taça «nas mesmas condições» e imagine-se as milhas aéreas acumuladas.

A própria semana de trabalho extenua.

«Às segundas vamos para o centro de treinos, a uma hora e meia de Pequim, e ficamos lá até quarta. Depois regressamos à cidade com os atletas convocados, treinamos na quinta-feira e partimos depois para o destino de jogo, quando jogamos fora. Os jogos são ao sábado, regressamos no domingo e segunda recomeçamos tudo.»

«Tive uma época maravilhosa»

«Sofri muito no futebol português»

No meio de tudo isto, poucas folgas. «Apenas quando joga a selecção. Aproveitávamos esses momentos para passear e conhecer um país com uma história incrível. A Grande Muralha da China - fui lá duas vezes -, a Cidade Proibida, o Templo do Céu... conhecemos isso tudo, é colossal. A segurança é total, perfeita. Isso faz toda a diferença.»

O pior mesmo é a alimentação e a absurda densidade populacional. «Cada casal só pode ter um filho. Eles tentam controlar a taxa de natalidade dessa forma. Na comida, enfim, sou muito portuguesinho. Mas lá nos safamos. Há vários restaurantes internacionais e mesmo na minha equipa técnica há quem se safe a cozinhar.»

Na sua terceira experiência no futebol estrangeiro, Jaime Pacheco sente-se «recompensado» pela forte aposta que fez. «Estou a adorar. No Maiorca, em 2003/04, o clube foi comprado por um empresário da noite, o Bartolomeu Cursach, e ele quis lá outro técnico. Só fiquei três meses. Na Arábia Saudita, em 2010, saí porque quis. Tudo me correu bem.»

Jaime Pacheco no Beijing Guoan:





Reportagem com Jaime Pacheco no Beijing Guoan: