Marc Janko ainda não despertou do sonho. Nesta segunda-feira, anda a passear pelo Porto para digerir a estreia perfeita. Um jogo, um golo. Marca positiva para o gigante (1,96 metros) que veio na sombra de Lucho González.

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Aos 28 anos, Janko tem selo de garantia. Estava destinado ao sucesso, como a mãe e o pai. Vem de uma família de desportistas e só surpreende pela orientação. A mãe Eva ganhou uma medalha olímpica no lançamento do dardo, o pai Herbert foi campeão austríaco de salto em altura. A irmã brilhou no voleibol. E Marc?

Marc Janko gosta de companhia. Por isso mesmo, abraçou o desporto colectivo.

«O Marc praticou ténis até aos 10 anos, enquanto jogava futebol, mas a dada altura teve de decidir entre um dos dois desportos. No ténis sentia-se sozinho, enquanto no futebol faz parte de uma equipa», conta Eva, ao Maisfutebol.

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«Chegou a experimentar o lançamento do dardo na escola e conseguia atirá-lo para bem longe, mas nunca gostou muito», reconhece a mãe, sem ponta de crítica.

Os três filhos seguiram outro caminho: «O Marc está no futebol, a Claudia chegou à equipa nacional de voleibol mas é agora dermatologista e o Jan é chefe no Ikea, aqui na Áustria.»

Era o mais pequeno da equipa!

Voltando a Marc. Começou no Admira Wacker com sete anos, mas nem sempre viu o mundo de cima para baixo. «Toda a família dele é alta mas, com 14 anos, ele era o mais pequeno da equipa! Depois teve um período de três anos em que cresceu mais de trinta centímetros!»

«Ele até teve alguns problemas físicos por causa do crescimento repentino. Naquela altura, não havia tão bom acompanhamento, os clubes não tinham muito dinheiro e demorou até ele conseguir descobrir um plano para se manter em boa forma», frisa Eva Janko, a mãe.

O jogador do F.C. Porto sofreu com o crescimento espontâneo. Teve de combater várias lesões e sentiu dificuldades para chegar à primeira equipa do Admira Wacker.

Pelo meio, com 19 anos, esteve seis meses na tropa. Lá, aprendeu a acordar cedo.

As lesões abriram o caminho

«Acabou por estrear-se na equipa principal do Admira Wacker após uma lesão. Não estava a conseguir ser chamado mas, certa vez, lesionou-se e foi fazer a recuperação com a equipa principal. Acabou por ficar apto, gostaram dele nos treinos e entrou num jogo. Marcou logo nesse mesmo jogo e ficou», relata a antiga campeã olímpica.

8 de Dezembro de 2004. O Grazer AK bate o Admira por 5-2. Janko, então com 21 anos, entra ao intervalo e marca a três minutos do final. Esperara demasiado tempo pela oportunidade.

O treinador Dominik Thalhammer, que o conhecia das camadas jovens, ficou convencido.

«Na primeira vez que o vi pensei que ia ter um gigante ao meu dispor. Normalmente esses jogadores altos são toscos, mas ao ver o Marc tocar na bola percebi que o tipo era especial. Grande e habilidoso, não é comum», explica Thalhammer, ao Maisfutebol.

O seu primeiro treinador deixa o aviso. «O Marc pode fazer a diferença na zona entre a pequena área e a marca de penálti. Aí é perigosíssimo. No Admira Wacker eu fazia questão de ter dois bons extremos, para que o Marc recebesse muito jogo», lembra.

«Fez a opção certa ao ir para o Porto. Vai ser uma referência importante no clube», garante Dominik Thalhammer.