Jorge Jesus, treinador do Benfica, comenta o empate deste domingo em Olhão, na antepenúltima jornada, e antecipa a segunda mão com o Sp. Braga na Liga Europa:

«Na primeira parte saímos vencedores por 1-0, fomos melhores e criámos as únicas oportunidades de golo. A equipa teve um bom comportamento defensivo e ofensivo, com boa circulação de bola. No segundo tempo, até à expulsão, éramos também a formação com mais oportunidades de golo, com uma bola na trave e outras situações de golo. Depois da expulsão do Jardel, o Olhanense equilibrou o jogo e conseguiu chegar com mais facilidade à nossa zona defensiva, criando dificuldades nas bolas paradas. O golo foi num canto fechado, sabíamos que a bola entrava ali e pelo facto de termos um jogador a menos levou-nos a não ter ali alguém a cobrir essa zona.»

[Ainda sobre o jogo] «O Olhanense empatou em cima do final. Desperdiçámos algumas ocasiões, mas a diferença entre uma e outra equipa foram claras, tivemos oportunidades para fazer mais um golo. O Olhanense praticamente não teve oportunidades, tirando a do golo e um outro livre. Mas o Olhanense também é uma boa equipa. É difícil passar em Olhão, no ano passado também empatámos. O resultado ideal era ganhar, porque as vitórias é que moralizam e custa mais empatar no último segundo. Mas temos de aceitar e pensar já no próximo jogo.»

[Sobre o onze] «Houve jogadores que alinharam na quinta-feira e hoje também jogaram, como Jardel, Roberto e César Peixoto. Fizemos aqui um equilíbrio para que a equipa tivesse a mesma intensidade e competitividade do Olhanense. Claro que não fizemos um jogo muito forte, mas fizemos um jogo razoável para sairmos daqui vencedores.»

[Se a expulsão de Jardel é justa] «Não. Já vi o lance, o Jardel toca primeiro a bola, nem é falta quanto mais expulsão. Os árbitros em Portugal continuam com esta forma de análise. Tudo o que é bola dividida, quando um jogador cai, não percebem a gravidade do lance tecnicamente, e depois tomam decisões, que umas vezes nos prejudicam e outras nos beneficiam. Temos de nos adaptar a essa questão.»

[Sobre Gaitán] «O Nico esteve parado duas semanas, jogou um pouco contra o Sp. Braga e hoje jogou cerca de uma hora. Notou-se que não tem a intensidade de acordo com as suas possibilidades, mas o jogo deu-lhe ritmo e serviu para ganhar confiança.»

[Se Roberto tem culpas no golo] «É uma bola fechada no primeiro pau, não existe no futebol nenhum golo assim onde o guarda-redes seja responsável. O guarda-redes não tem de estar posicionado ali.»



[Sobre a braçadeira entregue a Roderick] «Por ele ser um jovem, uma promessa do Benfica e ser o jogador com mais tempo de clube, demos-lhe a braçadeira de capitão. Sobre o jogo a médio defensivo, voltou à posição em que jogou no futebol de formação, ele conhece bem o posicionamento, sentiu algumas dificuldades físicas no final, mas penso que esteve bem. A pouco e pouco, nós formamos jogadores e é com essa intenção que lançámos o Roderick.»

[Se o empate desmotiva] «Não desmotiva. A vitória era importante mas houve mais desmotivação por sofrer o golo a acabar o jogo. Custa, mas de resto, estamos focados nestas meias-finais da Liga Europa. Quinta-feira a história vai ser completamente diferente.»