Os portugueses Pedro Fraga e Nuno Mendes ficaram no quinto ligar na final A da prova de double scull peso ligeiro. É, para já, o melhor resultado de Portugal na atual edição dos Jogos Olímpicos e o melhor resultado de sempre de remadores portugueses.

Os protagonistas deste feito destacam o tamanho da proeza conseguida, queixando-se agora que «esperam que muita coisa mude», na modalidade em Portugal.

«É um ótimo resultado, o melhor de sempre em provas internacionais. É um ótimo resultado para o remo português, a nossa modalidade, que tem andado um pouco apagada. Esperamos que este resultado dê um impulso a esta modalidade, que tem tão boas condições em Portugal para ser praticada», afirmou Nuno Mendes.

A dupla melhorou o resultado de Pequim 2008, quando foram oitavos, cumprindo o objetivo traçado para esta edição das Olimpíadas. «Quinto lugar é muito bom, estamos muito satisfeitos, apesar das condições adversas e diferentes nas diversas pistas. A pista 6 era a que tinha mais vento. Na meia-final, ficámos com o terceiro tempo e já sabíamos que ia-mos ficar com uma pista de fora, mas em Jogos Olímpicos não deveria ser assim tão injusto», comentou Nuno Mendes.

Os remadores portugueses terminaram a prova na penúltima posição da final, com o tempo de 6.44,80 minutos.

A Dinamarca venceu a final, com o um tempo de 6.37,17 minutos, seguidos da Grã-Bretanha (6.37,78) e da Nova Zelândia (6.40,86).

A prova ficou ainda marcada por uma repetição da partida, depois de a dupla da Grã-Bretanha ter alegado um problema técnico no «carrinho» da embarcação. A equipa francesa, que ficou no quarto lugar, às portas das medalhas, apresentou uma reclamação, mas não foi aceite.

Mark Emke, o treinador, acusou Zac Purchase, o remador que se queixou da avaria, de encenação. «Era bom que se viesse através das imagens de televisão o que realmente aconteceu. Pareceu-me que ele caiu do carrinho e depois disse que era um problema técnico. Enfim...», atirou.

Pedro Fraga, por seu turno, falou em trabalhar agora para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Mas deixou avisos. «Se querem ter mais equipas no Rio de Janeiro muita coisa terá de mudar. Têm de alargar o grupo de trabalho, tem de haver mais jovens a treinar connosco, para transmitirmos o que tem aprendido e para que os conhecimentos do Mark sejam transmitidos a outros treinadores. Treinadores com ideias mais atuais», referiu.

Quadro de medalhas:

OURO: Dinamarca (Mads Rasmussen, Rasmus Quist).

PRATA: Grã-Bretanha (Zac Purchase, Mark Hunter).

BRONZE: Nova Zelândia (Storm Uru, Peter Taylor).