João Correia, advogado do Benfica, à saída da sede da UEFA, em Nyon, após a decisão do Comité de Apelo da instituição, que anulou a exclusão do F.C. Porto da Liga dos Campeões, remetendo o processo, de novo, para a Comissão de Disciplina da UEFA:
«O primeiro fundamento que anulou a decisão foi que o Benfica devia ter sido ouvido em primeira instância, mas não foi solicitado para isso. Se é uma derrota? Não, de forma nenhuma, a decisão é favorável às posições do Benfica. O processo não volta à estaca zero, volta à primeira instância.»
«O doutor João Leal [assessor jurídico da federação] não disse a verdade à Comissão de Apelo, na medida em que pôs em causa se a decisão de punir o F.C. Porto tinha transitado em julgado. Obviamente transitou, embora o doutor João Leal tenha lançado a dúvida sobre assunto. Não disse aqui que a decisão transitou em julgado, como devia ter feito. Não fez um bom serviço ao direito e à verdade desportiva. Estamos aqui a lançar uma censura forte ao comportamento de João leal.»
«O Benfica vai ser ouvido e esclarecerá se a decisão transitou ou não em julgado. Uma vez que houve infracção gravíssima da Comissão Disciplinar da UEFA, que não ouviu Benfica e V. Guimarães, o processo torna lá. Depois, o Comité de Apelo quer saber se a decisão transitou em julgado.»
Porque é que a decisão favorece o Benfica?
«É favorável porque o Benfica não foi ouvido e terá oportunidade para o fazer agora. Confirmo que tenho um documento do presidente da Liga, a dizer que o parecer [de Rui Sá] não é vinculativo, as decisões é que o são.»
O Conselho de Justiça da Federação tem uma palavra forte a dizer neste processo?
«Muito forte ou muito fraca depende da fundamentação, não sei se o Conselho de Justiça tem força anímica para decidir de forma forte, oxalá que a tenha. Queremos que as instituições funcionem bem, embora tenha algumas dúvidas sobre isso»
Antes foi o F.C. Porto a criticar João Leal, agora é o Benfica, o que tem a dizer?
«Acho caricato, pergunte ao doutor Leal porque mudou de ideias. A justiça e a verdade estão do nosso lado e o direito também. Se João Leal tivesse dito aquilo que, rigorosamente, o direito manda dizer, talvez esta decisão da UEFA tivesse tido apenas um fundamento, que era o do Benfica não ter sido ouvido na primeira instância.»
O V. Guimarães está do lado do Benfica?
«As pessoas do Vitória estão aí e vão pronunciar-se, mas senti-me bem, ao lado deles.»