Chegou ao fim a 20ª edição do Estoril Open e, na conferência de imprensa de encerramento do maior torneio de ténis português, João Lagos confessou que tinha sido melhor para a prova ser James Blakes a vencer porque Albert Montanes não terá o impacto que o norte-americano poderia conseguir.

«Desejamos sempre que ganhe o melhor, mas, para o currículo do Estoril Open, um jogador como o Blake assentava melhor. Seria a sua primeira vitória em terra batida e faria com que o torneio fosse mais falado nos Estados Unidos», explicou o director do torneio.

Segunda melhor assistência de sempre

Este ano, a assistência voltou a surpreender pela positiva, pois atingiu-se a segunda melhor afluência de sempre, com 45.513 espectadores. O ano passado, o de Roger Federer, manteve o primeiro lugar de entradas (583.888), mas, em relação a 2007 (43.432, os números são crescentes.

João Lagos referiu até que não deveria ter reduzido tanto a lotação relativamente a 2008, mas, se já houvesse o estádio permanente para o Estoril Open no complexo de ténis do Jamor com os 10.000 lugares pretendidos não se colocaria essa questão. O projecto continua em cima da mesa e o director do torneio lamenta que pouco se tenha avançado desde o ano passado.

«Mais uma vez estamos muito perto. Cada ano que passa é mais premente, mas continuamos sem decisões», disse João Lagos frisando o impasse: «Mas falta passar das boas intenções às concretizações.» «O que de bom aconteceu [desde o ano passado] foi a criação de uma comissão pela secretaria de Estado do Desporto com um elemento do IDP, da federação de ténis, da Câmara de Oeiras e outro nosso» para fazer avançar o projecto.

Poder ter Gil a jogar à noite

«Os pontos dos relatórios WTA e ATP sobre o [Estoril Open] são cada vez menos a corrigir, temos praticamente nota máxima em tudo o que é avaliável», revelou João Lagos defendendo por isso um estádio que seja «uma solução inovadora, ambiciosa na ordem dos 40 a 50 milhões de euros». «Recuso-me a contribuir para algo que não tenha uma visão de futuro», frisou.

E o exemplo com que o director do torneio finalizou a necessidade de um novo estádio para o Estoril Open dirigiu-se a todos os portugueses, Frederico Gil não teria jogado à hora a que jogou na quarta-feira. Teria sido à noite que o português entraria no court: «Fazemos um serviço público e precisamos de compatibilizar isso com a vida das pessoas.»

«No dia em que o complexo existir vai ser para muitos desportos», lembrou Lagos mantendo que «dois anos poderá ser o tempo que leva para um projecto destes» que se pretende multiusos, com uma cobertura amovível e 10.000 lugares.