A Faculdade de Desporto da Universidade do Porto foi palco, nesta sexta-feira, de um seminário sobre a «Proibição de Fundos de Investimento no Futebol». Os oradores colocaram bastantes reservas à decisão da FIFA, mas Joaquim Evangelista assumiu uma posição contrária.

«Todos os sindicatos representativos de jogadores tomaram a posição de que os fundos são prejudiciais para os jogadores. Eu até fui dos mais moderados», explicou o presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol.

Durante a sua intervenção, Joaquim Evangelista trocou argumentos com Angelino Ferreira (ex-administrador da SAD do FC Porto), Rui Oliveira (consultor de fundos) e João Leal (diretor do departamento jurídico da Federação).

«A partir do momento em que a FIFA subscreve a posição da UEFA, a decisão parece-me irreversível, mesmo perante o protesto das Ligas portuguesa e espanhola», salientou Evangelista.

Admitindo um par de exceções, o presidente do Sindicato traçou um cenário de obscuridade: «A maioria dos fundos é opaco». «E chegou-se a um ponto de nem os jogadores saberem que parte dos seus direitos económicos pertencem a terceiros.»

«Um investidor só tem interesse se um contrato terminar antes do termo. Se terminar no termo, o investidor não tem retorno», alertou Joaquim Evangelista, fazendo uma denúncia: «Neste momento, existem contratos de jogadores em que quem assume o pagamento a 100 por cento é uma terceira parte.»



O presidente do Sindicato reforça a necessidade de aposta na formação mas acredita que o futebol português vai sobreviver. «Primeiro vieram os bingos, depois as bombas de gasolina, mais tarde as SADs e agora os fundos. Tudo passou e o futebol português sobreviveu. Os jogadores é que vão recebendo menos e pior. Por isso não sei quem é que lucrou com os fundos», rematou.