Joaquim Teixeira não esconde a angústia. O ainda presidente axadrezado mostrou-se derrotado, em declarações ao Maisfutebol, e entre várias outras mágoas repetiu mais do que uma vez um receio. «Sexta-feira pode ser o fim do Boavista», sublinhou.
Acima de tudo há um obstáculo difícil de ultrapassar, um pedido de insolvência que vence dentro de dois dias. «Sexta-feira pode ser o fim do clube», disse. «Temos um pedido de insolvência feito pelo Beira Mar e que pode acabar com o Boavista». O pedido de insolvência aveirense prende-se com o não pagamento de Fary, o que motivou o avanço de uma acção contra a SAD axadrezada no Tribunal do Comércio de Gaia.
Joaquim Teixeira afirma-se de mãos atadas. O presidente apresentou ontem um novo investidor, o desconhecido Sérgio Silva, que prometeu injectar 14,5 milhões de euros. Até agora, porém, nem um tostão. «Não apresenta o dinheiro nem dá as garantias bancárias», conta o presidente axadrezado. O que deixa Joaquim Teixeira pessimista. «Não posso ser vítima de cabalas».
«Acreditei nas pessoas erradas»
Perante isto Joaquim Teixeira emociona-se, confessa um momento de fraqueza e abre o coração. «Desde a primeira hora que me entreguei de alma e coração ao Boavista. Abdiquei da minha vida por completo para tentar salvar um clube que encontrei arruinado. Acredito que parte da culpa é minha, porque houve irresponsabilidade da minha parte. Acreditei nas pessoas erradas», disse, visivelmente emocionado. «Só acredito numa coisa: na comunicação social. Espero que vocês me ajudem a desmascarar quem fez mal ao Boavista», prossegue.
«A comunicação social conhece-me e sabe que eu tenho um código de conduta. Desde a primeira hora que me entreguei de alma e coração ao clube. Mas estão a meter-me num buraco. Estou a perder a minha identidade e não vou permitir que isso aconteça. Nunca precisei de pastilhas para dormir e agora nem com pastilhas consigo dormir. O meu pai morreu no Estádio do Bessa, não posso permitir que me aconteça o mesmo».