As relações entre jogadores e árbitros estão bem e recomendam-se. Esta foi a principal conclusão da reunião entre o Sindicato de Jogadores e a Associação Portuguesa de Árbitros (APAF) que fizeram uma avaliação conjunta sobre o atual estado do futebol português do ponto de vista de dois «atores» que pisam o mesmo palco e têm muitos pontos de vista em comum.

«João Capela está de consciência tranquilíssima»

«Temos um excelente relacionamento com os árbitros portugueses e queremos mantê-lo. Esta reunião serviu para discutir o final da temporada, os problemas do futebol português e internacional e ainda para combinar algumas ações conjuntas na defesa do jovem jogador português e do jovem árbitro português», começou por explicar o anfitrião, Joaquim Evangelista, em nome dos jogadores.

Uma das questões que mais preocupa as duas entidades é a mudança de política em relação ao policiamento nos jogos. «Este não é o momento certo para idealizarmos um futebol sem policiamento. Por parte da federação temos toda a colaboração e disponibilidade para a resolução deste problema, esta reunião foi mais para falarmos o futebol na sua generalidade. Esperemos que essa questão do policiamento fique resolvida a breve tempo e que na próxima época as coisas estejam devidamente asseguradas», destacou José Fontelas Gomes, presidente da APAF.

No meio da arbitragem, chegou a falar-se na possibilidade dos árbitros pedirem escusa para os jogos das últimas jornadas em forma de protesto contra a ausência de policiamento no futebol amador. Uma possibilidade que perdeu força depois do recuo do Governo no que diz respeito a esta matéria. «Poderia ser uma hipótese, mas nunca assegurámos que isso visse a ser realizado. O que disse na altura foi, no que diz respeito a arbitragem, íamos fazer tudo para que houvesse policiamento nos espetáculos desportivos. É uma hipótese», destacou ainda o representante dos árbitros.

Quanto à relação com os jogadores. «É um relacionamento de agentes desportivos, de quem partilha o mesmo palco. Temos tido ao longos deste tempo um bom relacionamento, queremos estreitar ainda mais esse relacionamento para atacarmos, em conjunto, algumas matérias do futebol português. A troca de ideias ajuda a melhorar as duas associações», referiu Fontelas Gomes.

«Os árbitros são pessoas normais e podem falar»

Os árbitros são muitas vezes alvos de duras criticas da parte dos jogadores, mas nunca respondem. José Fonelas Gomes quer mudar esse estado de espírito «Os árbitros não podem falar com os jogadores ou os jogadores não podem falar com os árbitros porque se imagina logo um favorecimento. Queremos afastar essa ideia. Os árbitros e os jogadores são agentes desportivos, são pessoas normais e podem falar, podem estar e conviver, dentro de alguns limites, obviamente, mas é essa a relação que idealizamos», comentou.

O presidente da APAF defende uma maior abertura, mas nunca em forma de retaliação. «Esse seria um dos caminhos. Muitas vezes o que nos vai na alma é responder na mesma moeda, mas não o vamos fazer. Não é essa a nossa forma de estar. Preferimos tranquilizar o futebol português do que andar em guerras com este ou com aquele», referiu ainda Fontelas Gomes.