Liedson viu o seu caso revelado mas há outro antigo leão a reclamar uma Incapacidade Permanente Parcial: Marat Izmaylov. Porém, embora o historial clínico do russo seja complexo, o exame médico inicial aponta para uma incapacidade que não ultrapassa os 3 por cento.

Izmaylov saiu do Sporting e iniciou um processo baseado em problemas físicos sentidos na temporada 2010/11, que pretende o direito a uma pensão vitalícia, cujo valor será definido com base no salário anual bruto declarado.

A 4 de outubro de 2010 e exatamente um ano mais tarde, o russo passou pela mesa de operações. Primeiro em Munique, depois em Lisboa. Izmaylov lesionou-se num treino, apresentando uma dor súbita no joelho direito, ao nível do tendão rotuliano. Após a primeira cirurgia, teve alta mas deparou-se com uma recaída em poucos meses.

O jogador reclama uma incapacidade permanente, enquanto as seguradoras (Tranquilidade e Fidelidade partilham o contrato em regime de co-seguro) recordam a alta clínica de 30/12/2011, então no Sporting, os exames médicos realizados no F.C. Porto e as palavras à chegada ao Dragão: «Estou a cem por cento.»

Nesta altura, o Tribunal ainda não marcou uma data para a realização da Junta Médica. O caso está parado.

O Maisfutebol contactou a Tranquilidade mas não houve uma posição sobre este caso até ao momento.

Três por cento de Pedro Mendes, 12 de João Alves

Eis mais dois casos com uma conclusão: três por cento de incapacidade para Pedro Mendes redundaram numa pensão similar aos 12 por cento de incapacidade para João Alves. A diferença reside nos salários declarados.

O processo de Pedro Mendes remonta à temporada 2010/11. O médio saiu do Glasgow Rangers e ingressou no Sporting. A 29 de julho de 2010, na visita ao Nordsjaelland, o internacional português sofreu uma entorse no joelho direito com rotura de um tendão. Dois meses mais tarde, foi operado. Pedro Mendes completou a época de leão ao peito mas saiu para o V. Guimarães, onde terminaria a carreira no final de 2011/12.

Reclamando uma indemnização pela lesão contraída na Dinamarca, o jogador foi sujeito a uma perícia por junta médica. Esta determinou uma incapacidade permanente parcial de três por cento, redundando numa pensão anual e vitalícia superior a 20 mil euros.

O Sporting foi condenado a pagar uma parte da pensão, com o restante a ser suportado pela seguradora. «Quero só explicar que o Sporting não paga nada, porque eu desculpei essa parte. O resto, não vou comentar», disse Pedro Mendes, contactado pelo Maisfutebol.

João Alves, por seu turno, evocou uma lesão contraída na temporada 2009/10, quando representava o V. Guimarães com um salário anual de 225 mil euros (brutos). A 17 de agosto de 2009, num V. Setúbal-V. Guimarães, o médio sofreu um traumatismo nos ossos do nariz com desvio do septo nasal. Após perícia, foi determinada uma incapacidade parcial permanente de 12 por cento.

O jogador, viu ser-lhe atribuída uma pensão vitalícia a rondar os 20 mil euros/ano. Atualmente, continua a exibir-se a um nível alto, lutando pelo título do Chipre com a camisola do Omonia.

Processos aos 37 anos

João Tomás e Gaspar, atletas de 37 anos que passaram pelo Rio Ave, também apresentaram processos do género. O avançado, que joga atualmente em Angola, alega dificuldades em respirar pela narina direita, como consequência de um traumatismo dos ossos próprios do nariz em setembro de 2011.

No processo é defendido que João Tomás passou a ressonar como consequência da lesão, reclamando uma incapacidade permanente parcial de 15,4 por cento. Ainda não há desfecho para este caso. Já Gaspar teve um parecer negativo.

O central, que representa agora o Sp. Covilhã (32 jogos esta época na II Liga), alegou uma incapacidade permanente parcial de 8,153 por cento, consequência de uma entorse com lesão no menisco a 29 de setembro de 2011. Em janeiro de 2013, o Tribunal de Santo Tirso decidiu contra Gaspar.