Quatro jornadas. É o que falta para o final da Liga Portuguesa 2018/19.
E na frente... tudo na mesma.
Benfica e FC Porto não desarmam, não escorregam e mantêm uma teimosa igualdade pontual, na qual os encarnados levam a melhor graças à vantagem no confronto directo que obtiveram em campo frente aos dragões, tanto em casa como fora.
Agora, a quatro jornadas do final da Liga, a maratona aproxima-se da meta e ambos os candidatos estão «livres» de compromissos externos. A equipa orientada por Sérgio Conceição deixou de se preocupar com a Liga dos Campeões e a de Bruno Lage com a Liga Europa. Agora a concentração pode ser assim total no que resta da Liga Portuguesa.
O Benfica tem passado com distinção pelos desafios que tem encontrado: não perde desde o início de 2019 e já soma 12 goleadas que proporcionam o melhor ataque da prova, com 87 golos nos 30 jogos até agora realizados.
O FC Porto, por outro lado, revela-se claramente menos exuberante. No entanto, e apesar de apenas ter conseguido três goleadas nos mesmos 30 jogos, conta com a defesa menos batida da Liga, com apenas 17 golos sofridos. No fundo, e como é habitual os protagonistas dizerem no mundo do futebol, os três pontos são os mesmos quer se ganhe por um, por quatro ou por 10 golos.
Por isso mesmo, agora é o tudo ou nada para ver quem cede nos metros finais da maratona, com o Benfica a ter já no próximo domingo a grande prova de fogo dos quatro jogos que lhe restam, na visita à «Pedreira» para defrontar o Sp. Braga, que continua a lutar pelo terceiro lugar com o Sporting.
Os encarnados entram em campo já com o conhecimento do resultado dos dragões, na curta deslocação, já nesta sexta-feira, a Vila do Conde, para jogar com um Rio Ave, esta época, de meio da tabela.
O jovem João Félix e o suíço Seferovic são os principais homens-golo do Benfica nesta fase final, enquanto no emblema da Invicta o maliano Moussa Marega e o brasileiro Tiquinho Soares revelam-se protagonistas de vitórias por números menos expressivos que os rival lisboeta, é verdade, mas ainda assim que mantêm vivo, jogo após jogo, o sonho da revalidação do título.
A quatro jornadas do final da Liga sobem assim de tom as responsabilidades de encarnados e azuis e brancos com timoneiros e marinheiros sem margem para falhar... e, agora, sem outro tipo de compromissos que coloquem em causa a preparação das quatro finais de que tanto se fala: Braga, Portimonense, Rio Ave e Santa Clara são os obstáculos que o Benfica tem pela frente até 19 de Maio, quando o pano cai na Liga.
Já o FC Porto encontra até final Rio Ave, Desp. Aves, Nacional e Sporting.
Quatro finais, quatro jogos para confirmar quem leva a melhor nesta luta, há já algum tempo a dois, pela conquista da Liga.
Quatro finais, quatro jogos para confirmar quem será, afinal, o elo mais fraco?
P.S.: Este artigo de opinião surge no Maisfutebol no dia 25 de Abril, dia da Liberdade. Parece que hoje em dia cada vez menos se olha para a real importância, mas também para a responsabilidade, de vivermos em democracia. A mesma democracia, que desde o dia 25 de Abril de 1974 nos permite expressar opiniões sem censura (nem quero pensar o que passaram os meus avós ou os meus pais, a viver sem ser desta forma) mas uma democracia que devia merecer de muitos uma auto-censura positiva. Poder expressar opiniões não pode ser permissão para ofender ou manter activa uma qualquer nescidade que não olha a classes, raças ou credos.
Viva a Liberdade!
«Jogo alto» é um espaço de opinião de Pedro Ramalho, jornalista da TVI, que escreve neste espaço às quartas-feiras de três em três semanas. O autor, por opção própria, não adopta o novo acordo ortográfico nos seus artigos