Um grande golo de Deco marcou a vitória do Barcelona sobre a «Equipa da Paz» (2-1), um misto composto por israelitas e palestinianos que actuaram em conjunto pela primeira vez para mostrar ao mundo, a partir do Cam Nou, que a convivência entre os dois povos é possível, uma ideia do publicitário catalão Lluis Bassat.
O actor escocês Sean Connery deu o pontapé de partida para um jogo emotivo, em que o resultado era o menos importante. Os catalães comportaram-se como verdadeiros anfitriões, oferecendo espectáculo, mas «desarmando» facilmente, ou melhor, intencionalmente, diante da baliza da equipa da Paz. A equipa de Rijkaard fez um esforço monumental para não adquir um protagonismo desnecessário e ofereceu mesmo um golo aos desconhecidos adversários quando já tinham resolvido a contenda a seu favor.
Larsson, Ezquerro, Etoo e Ronaldinho contaram com oportunidades flagrantes para marcar, mas perderam sempre a convicção no momento do remate. Deco revelou menos cerimónia e abriu o espectáculo no Camp Nou, aos 60 minutos, com um enorme chapéu a Davidovich, o guardião da Paz. Quatro minutos volvidos, foi a vez de Maxi Rodriguez violar o cessar-fogo, com um subtil toque de calcanhar. A Paz tinha que marcar um golo de honra para o jogo fazer sentido e os catalães abriram alas para o israelita Abas Asuan reduzir aos 66 minutos.
Três golos em seis minutos num espectáculo que se prolongou pelos noventa, para gáudio dos trinta mil adeptos que comemoram o golo israelo-palestiniano com grande alarido, numa demonstração clara que o futebol pode ser um excelente veículo para aproximação de dois povos há tantos anos separados pelo ódio.