O futebol voltou a ter pulsação na Luz.

Com o país nos Cuidados Intensivos, com o número de novos casos de covid-19 a bater novos máximos a cada 24 horas e o número de mortes devido à doença a chegar a níveis preocupantes, o futebol dá pequenos sinais de vida.

É verdade que ainda não respira saúde. Não dá para sair por aí sem cuidados. Mas dá um vislumbre do que foi outrora.

Na Luz, o Benfica voltou a jogar ao compasso dos aplausos e cânticos de viva voz.

Daqueles que alimentam efetivamente o jogo dos artistas. Nada de soros de palmas de conserva que só servem para enganar os sentidos.

E perante a melhoria do prognóstico do futebol, a equipa de Jorge Jesus mostrou que, ela sim, vive um momento de vitalidade invejável.

Perante um Standard Liège que nunca incomodou verdadeiramente, o Benfica alcançou a sétima vitória consecutiva na época.

Fê-lo apesar de ter passado 45 minutos à procura de inspiração. A viver sobretudo de fogachos individuais.

Venceu e, talvez mais importante do que isso, matou a fome de bola de 4.875 pessoas que voltaram ao Estádio da Luz para ver um jogo de futebol do seu clube.

Saciou o desejo de quem ansiava por uma oportunidade assim.

Os três golos marcados na segunda parte – dois de penálti – deram justiça ao marcador. Além de terem carimbado a segunda vitória em igual número de jogos na fase de grupos da Liga Europa.

Pizzi, Waldschmidt e novamente Pizzi serviram a vacina em forma de golo que dá vida a quem sofria com a ausência dos estádios.

E se a situação pandémica está preocupante – porque está! – pelo menos para os quase 5.000 que estiveram na Luz, os próximos dias vão ser passados com outro ânimo.

E isso também é saúde.

Muito por isso, este regresso do público, com todos os cuidados, é também algo que se saúda.