Se os jogadores podem abdicar de jogar a primeira parte, o jornalista também pode despachar isso com uma pergunta retórica, certo?

Era o que nos parecia.

Arrumados uns 45 minutos que só são aceitáveis por estarmos ainda na pré-época, viremo-nos então para a fase em que se jogou futebol, em Alverca, onde o Sporting mediu forças com os espanhóis do Valladolid.

E não deixa de ser significativo que Rúben Amorim tenha apostado exatamente no mesmo onze, obtendo resultados completamente distintos.

Com muitas ausências devido às seleções, foram cinco os reforços lançados pelo técnico dos leões, quase todos no setor defensivo: Adán, Antunes, Feddal e Porro, além de Nuno Santos.

Mas seria já depois de um outro entrar em campo que o jogo viraria.

Desde logo, porque a entrada de Palhinha – sim , é dele que falamos – aconteceu imediatamente após o golo inaugural, apontado por Gassama, na conversão de um penálti cometido por Feddal, que colocou a mão na bola.

Em desvantagem, o Sporting beneficiou da maturidade que Palhinha deu ao jogo, ele que conhece bem as ideias de Amorim, com quem esteve em destaque no Sp. Braga na época passada.

O camisola seis dos leões, cuja possível saída é tema recorrente, mostrou que pode ser muito útil a este Sporting. Jogou ao lado de Wendel – que belo jogo do brasileiro! – serviu de tampão a todas as tentativas de investida espanhola.

E com isso, o Sporting cresceu. Passou a ter mais critério na hora de atacar e, já depois de ter atirado uma bola ao poste por Tiago Tomás (54m), marcou mesmo. Após cruzamento perfeito de Wendel, Feddal redimiu-se do penálti cometido e deixou claro que pode ser arma importante na hora de atacar, mostrando uma impulsão impressionante e bom jogo de cabeça.

Pouco depois, Nuno Santos ainda atirou com estrondo ao poste, serviu para o desperdício de Palhinha logo de seguida, antes de Jovane ser derrubado na área e encarregar-se de fazer a reviravolta na partida, dando alguma justiça ao marcador.

E se esquecer a primeira parte – nós também o vamos tentar fazer -, Rúben Amorim leva de Alverca boas dores de cabeça. A equipa mostrou identidade, mesmo privada de muitos dos jogadores que têm jogado mais nesta pré-época e que se prevê que venham a ser titulares.

E num leão que tropeça, mas que se sente estar a crescer, nota ainda para o regresso de Vietto à competição, ele que voltou as férias infetado com Covid-19.