Barack Obama, Lula da Silva, Juan Carlos e Yukio Hatoyama, o primeiro-ministro do Japão. Não é uma cimeira para debater grandes decisões para o mundo. Ou talvez seja. Eles estão claramente a levar isto muito a sério. Todos estarão em Copenhaga, nesta sexta-feira, para uma última acção de «lobby» a favor das suas candidaturas aos Jogos Olímpicos de 2016. Esta adivinha-se uma das corridas mais apertadas de sempre. As quatro candidaturas são fortes e apresentam argumentos de peso. Quem será o vencedor, Chicago, Rio de Janeiro, Madrid ou Tóquio?
Chicago tem a ponta-de-lança Barack Obama, não apenas o mediático presidente dos Estados Unidos mas residente em Chicago e antigo senador do Illinois. E ainda Michelle Obama, que rivaliza com o marido em popularidade e também está em Copenhaga, mais nomes sonantes como Michael Jordan, Michael Phelps e a apresentadora Oprah Winfrey. Além de ter a proposta mais compacta, de organizar tudo num perímetro de nove quilómetros. Contra si, o excessivo peso de financiamento privado e as dúvidas sobre a capacidade de gerar receitas para suportar os custos.
A terceira maior cidade norte-americana também pode beneficiar da lógica de rotatividade, que não está escrita mas tem sido sempre aplicada. Os responsáveis do COI devem inclinar-se para uma cidade americana, depois de as últimas edições terem passado pela Europa (Atenas 2004 e Londres, em 2012), Ásia (Pequim, 2008) e Austrália (Sidney 2000).
O mesmo argumento serve para o Rio de Janeiro, que reclama além disso o direito a tornar-se a primeira cidade sul-americana a organizar os Jogos. Com cada vez maior capacidade de afirmação como potência mundial, o Brasil apresenta o maior orçamento entre todas as candidatas. Um problema pode ser a segurança e os elevados níveis de criminalidade do Rio.
Quanto a Madrid, foi a cidade derrotada por Londres há quatro anos e tem uma candidatura ainda mais consolidada, com muitas das infra-estruturas já construídas. Pode ser prejudicada pela questão da rotatividade (seriam duas edições seguidas na Europa), mas também pela segurança: o grupo de trabalho do COI que elaborou os relatórios finais lembrou os ataques terroristas na capital espanhola.
Tóquio teve as melhores notas nos índices analisados pelos especialistas do Comité Olímpico. Mas não tem muito apoio popular (a candidatura é apoiada por apenas 55,5 por cento dos cidadãos) e tem maior risco de catástrofes naturais, como sismos ou tsunamis, do que qualquer outra.
Cada cidade vai apresentar argumentos em Copenhaga na manhã de sexta-feira. Segue-se a votação, em sistema de eliminação. Quem tiver menos pontos vai sendo excluído, até que uma candidatura obtenha maioria. Depois, será anunciado o vencedor. E os Jogos vão para...