Portugal não vai ter representação política nas cerimónias de abertura e de encerramento nos Jogos Olímpico de Inverno de Pequim, revelou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

O chefe da diplomacia portuguesa falou em Bruxelas e justificou a ausência com «várias razões», desde «o momento político que se vive em Portugal» ao «sentido de unidade próprio da União Europeia» nas atuais «circunstâncias». Santos Silva admitiu ainda que pesou o facto de, «do ponto de vista, desportivo ‘o alfa e o ómega’ do desporto nacional».

Na semana passada, o Parlamento Europeu apelou a um boicote diplomático e político aos Jogo, perante as tentativas da China de «legitimar o seu sistema autoritário». O ministro luso confirmou que «há uma coordenação que se está a fazer [entre os 27], respeitando evidentemente todos os interesses de cada Estado-membro».

«Por exemplo, sei que alguns Estados europeus se farão representar ao nível de ministro do Desporto dada a dimensão da sua representação desportiva. Outros far-se-ão representar apenas ao nível de embaixador, e, como é habitual nestas coisas, mesmo quando a decisão é nacional, nós concertamos sempre posições e é isso que estamos a fazer», afirmou.

«Entendemos que uma representação ao nível ministerial ou de membro do Governo não seria a solução apropriada», concluiu.

Recorde-se que alguns países, como o Reino Unido, EUA, Canadá e Austrália, entre outros, anunciaram um boicote diplomático aos Jogos, sem prejudicar a participação dos respetivos atletas, para denunciar alegadas violações dos direitos humanos na China.