A imagem corre mundo, mesmo que nem sempre acompanhada pela estória e pela história que representa. Na quadra de voleibol de praia, a rede separa mais do que dois países adversários. São culturas e fé diferentes, mas o mesmo objetivo: vencer.

De um lado, a atleta alemã, com o tradicional biquíni. Do outro, a atleta egípcia, de calças, camisola de manga comprida, e o hijab, véu sobre a cabeça.

A egípcia é Doaa Elgobashy, de 19 anos, que, com Nada Meawad, de 18 anos, forma a primeira dupla do Egipto a ter disputado uma partida de volei de praia nos Jogos Olímpicos.

O uso do véu não é uma obrigação das muçulmanas. Segundo Howyda Mondy, chefe da delegação do Egipto, o uso é opcional e essa foi a escolha de Doaa. Tanto é que a parceira, Nada Meawad, não o usa, apesar de também ser muçulmana.

Nada Meawad joga de cabeça descoberta, e nem se importaria de disputar a prova de biquíni e camisola, mas as regras ditam que a dupla tem que jogar com o mesmo equipamento. Mas ambas garantiram aos vários jornalistas que as interpelaram que a roupa não atrapalha nada.

O resultado acabou por ser um 2-0 favorável às alemãs - que nem surpreende muito, já que a dupla egípcia compete normalmente em pavilhão e só há poucos meses começou a trabalhar na areia – mas o nome de Doaa Elgobashy e Nada Meawad já entraram para a história.