O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, anunciou que o organismo quer «ir mais além» do relatório do jurista canadiano Richard McLaren, que denunciou um programa institucionalizado de dopagem na Rússia.

À margem do congresso da Federação Internacional de Triatlo, em Madrid, que reelegeu a espanhola Marisol Casado para a presidência, o líder do COI disse querer identificar todos os atletas implicados e barrar, para já, a entrada nas provas das taças do mundo dos desportos de inverno.

«Toda a informação está sobre a mesa. Sabemos o que está a acontecer. Agora, temos de implementar reformas para evitar que isto se repita», disse o dirigente.

Dois dias depois da publicação integral do relatório McLaren, que implicou cerca de um milhar de atletas russos em práticas de dopagem nos Jogos Olímpicos de verão Londres2012 e de inverno Sochi2014, Thomas Bach considerou «muito grave» a manipulação das amostras recolhidas nos controlos.

Para Bach, o COI tem de «ir mais além, já que Richard Mclaren não tem mandato para particularizar a gravidade das violações às leis antidopagem». «Já antes dos Jogos Rio2016 demonstrámos que encarávamos este relatório de forma muito séria. Agora, a nossa prioridade será ordenar a reanálise de todas as amostras recolhidas aos atletas russos», explicou.

Thomas Bach acrescentou que o COI vai também solicitar à Agência Mundial Antidopagem (AMA) a identificação dos atletas implicados. «Só a AMA tem essa informação. As federações internacionais e o COI esperam conhecer esses nomes para tirarem conclusões», sublinhou, insistindo que o Comité Olímpico da Rússia está fora desta fraude, «a única coisa positiva do relatório».

«Depois de ouvida a versão da Rússia, o Comité Executivo do COI decidirá todas as sanções a aplicar. As federações internacionais também terão de tomar medidas, já que se aproximam várias provas onde podem marcar presença desportistas russos», alertou o presidente do COI.

Para já, o dirigente considerou ser «demasiado cedo» para concluir que a delegação russa será excluída dos Jogos de Inverno PyeongChang2018, pois o relatório McLaren «continua a ser avaliado».