O regresso, 92 anos depois, do râguebi como modalidade olímpica nos Jogos Rio 2016,  na vertente de «sevens», traz a Portugal uma nova oportunidade de estar nas próximas olimpíadas representado em dois desportos coletivos em masculinos.

A outra (grande oportunidade) está com a seleção de futebol que, em junho deste ano, disputará o Campeonato da Europa sub-21. Esta prova será em junho na República Checa. Os quatro semifinalistas serão os apurados europeus para os Jogos Olímpicos de 2016.

As contas para o futebol nas Olimpíadas têm menos etapas previstas. Sendo um dos dois primeiros classificados na fase de (dois grupos), Portugal garante a presença nos Jogos. (Caso a Inglaterra seja um dos semifinalistas, a sua ausência do torneio olímpico de futebol abre ainda a hipótese de um jogo entre terceiros classificados dos dois grupos da fase final do Europeu para ocupar a vaga.)

A qualificação europeia das seleções de râguebi de «sevens» para as Olimpíadas tem mais momentos e tem passagem (praticamente) garantida em Portugal. «Está quase para ser feita a confirmação de que Portugal tem a honra de receber o torneio europeu de repescagem» para os Jogos Olímpicos, como foi afirmado por um responsável da federação portuguesa de râguebi ao Maisfutebol.

Nesta altura, só o Brasil como país organizador tem lugar garantindo nos Jogos Rio 2016. As próximas vagas do torneio olímpico masculino de «sevens» serão preenchidas pelos quatro primeiros classificados do circuito mundial – que está a duas etapas (Escócia e Inglaterra) da conclusão.

África do Sul, Fidji e Nova Zelândia são os três primeiros e a dúvida que existe no circuito mundial em relação aos apurados para as Olimpíadas está na quarta seleção que o conseguirá: Inglaterra e Austrália lutam neste momento por este lugar.



Se os ingleses ficarem já apurados, esta será menos uma dor de cabeça para o sete português, pois os principais obstáculos à qualificação olímpica portuguesa serão protagonizados por França, Rússia ou Espanha. [Apurando-se uma das seleções britânicas (Inglaterra, Escócia ou País de Gales), a qualificação para os Jogos ficará em nome da Grã-Bretanha, cuja seleção será composta por jogadores dos três países.] Depois do circuito mundial, cada uma das seis zonas continentais apurará mais uma seleção.

O vencedor do circuito europeu será apurado diretamente – e aqui se reforça a importância de a Inglaterra bater a Austrália no circuito mundial –, mas as hipóteses de apuramento português não acabam aí. Após o circuito europeu de três etapas (Moscovo, Lion e Exeter) marcado para junho será ainda depois realizado o torneio de repescagem da Europa.

A realizar em julho, só falta o anúncio oficial de que aquele torneio terá Portugal como anfitrião. Daqui sairão, assim, as quatro seleções europeias que, com as repescadas das outras confederações continentais, realizarão o (último) torneio de repescagem (agora mundial, até junho de 2016) para os Jogos Olímpicos.

Oito vezes campeã europeia de «sevens» (2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2010 e 2011), a seleção portuguesa já só conseguiu ser vice-campeã em 2012. E, desde então, tem ficado arredada dos títulos. O ano de 2011 acabou por marcar «o culminar de uma geração e de um enquadramento técnico» que, «depois, mudou», considerou Tomaz Morais, diretor técnico nacional.



Os resultados no circuito mundial melhoraram, mas foi também altura de «renovação» para a modalidade a nível nacional. Atualmente, os resultados já (re)aparecem e, além de vitórias importante sobre a Argentina ou Samoa, ganharam recentemente importância o triunfo sobre a Austrália (12-10, no último sábado) e o empate com a Nova Zelândia (24-24) no final do mês passado. E estar entre os grandes de «sevens» é o objetivo prioritário para os Lobos.

«Portugal tem de garantir a manutenção no circuito mundial.» No 14º lugar e último de manutenção, Portugal tem oitos pontos de vantagem sobre o 15º (e em lugar de despromoção) Japão. Tem as duas últimas etapas do circuito para consegui-lo: em Glasgow e em Londres. «Isso é que nos assusta», analisa Tomaz Morais.

A luta pela presença no Rio de Janeiro não: é uma ambição assumida com confiança. «Temos vindo a ambicionar os Jogos Olímpicos. Os jogadores sentem essa responsabilidade e aceitam esse peso nos ombros. Mas sentem também a capacidade para tornar isso possível», afirma o diretor técnico de Portugal.