John Textor veio a Portugal para explicar à imprensa os seus motivos para comprar 25 por cento da SAD do Benfica e salientou como a sua entrada na estrutura acionista pode ajudar à valorização.

«O valor do Benfica ronda o 1,7 ou dois mil milhões de dólares (um pouco menos em euros) se a SAD for cotada na Bolsa de Nova Iorque. No entanto, o valor atual na bolsa em Portugal é de 80 milhões. Eu comprei cada ação a 8,70 euros, mas é óbvio que pode valer 70 euros [...] A vantagem de estar em Wall Street seria não ter de estar constantemente a vender os seus melhores talentos. O Sheik Mansour não faz isso no City e o oligarca (Abramovich) no Chelsea também não», afirmou em entrevista à TVI e ao Sol o investidor norte-americano, esclarecendo qual seria o seu papel na estrutura:

«Não tenho nada que ver com decisões para o futebol. Não seria um parceiro passivo, mas sim influente e persuasivo. Comuniquei ao presidente algumas ideias, que me parecem óbvias para crescer no mercado. Acredito que o meu investimento tem um grande potencial de se valorizar aqui. Serei sempre minoritário no Benfica. Quando se compram ações da Microsoft faz-se um bom investimento sem estar sequer perto de controlar a empresa.»

Textor salientou ainda o seu conhecimento sobre a realidade dos encarnados: «Sei que este é um clube do povo. Mas já tem parceiros internacionais e quer expandir-se. Quero fazer crescer o Benfica através das academias. O Benfica tem a melhor academia do mundo.»

«Na bolsa não diz em lado nenhum que tem de se ser português para ser acionista. A Emirates e a Adidas têm sido bons parceiros? Então, a família Textor também poderá ser. Não é como ser dono do PSG, City ou Chelsea. As pessoas do Benfica continuam a ser donas. Têm 64% das ações», acrescentou Textor, alertando: «Qual é o clube mais valioso em Portugal? Hoje teria de dizer o Benfica, mas não se ficar fechado. Será o primeiro clube a abrir-se ao mundo. Portugal foi o país dos descobridores. Não sejam tão fechados.»