O treinador do Benfica, Jorge Jesus, em declarações na conferência de imprensa após o jogo com o Famalicão, da 18.ª jornada da Liga 2020/21 e que terminou com uma vitória dos encarnados por 2-0. O técnico comentou ainda a diferença para o Sporting, questionado pelo facto de o Benfica não ter tido jogadores com covid desde o início da época.

«O futebol tem características e estas nuances. Há momentos em que chutas ao golo uma vez e fazes golo, hoje o Benfica fez isso. E o mais fácil não o fez pelo Darwin. Assumo as minhas responsabilidades como treinador. Não consigo pôr uma equipa, durante dois meses, sem jogadores a jogar. O Benfica não tem níveis competitivos como os rivais. Mas nem tudo é mau. Pelo menos agora estamos com os jogadores, podemos trabalhar taticamente, para a valorização dos jogadores. O Everton já fez uma jogada à Everton. Tudo isso tem significado na forma do jogador. O jogador não tendo forma, a equipa também não tem. Quinta-feira temos uma meia-final e não vai ser nada fácil.»

Sobre a diferença para o Sporting e o facto de o Benfica não ter tido elementos infetados com covid-19 em todas as fases da época:

«Como disse, nem sempre o Benfica teve casos de Covid. Pois não! Por isso era líder invicto ao fim de seis jogos. A pouco e pouco foi acentuando estes casos. Chegou a uma altura em que foram dez. Quando saímos das Antas [ndr: jogo com o FC Porto no Dragão] tínhamos 26 pessoas infetadas. Eu fiz alguns 200 ou 300 testes. Nunca dei positivo. Fizeram um TAC e descobriram. O meu é um caso raro, mas também eu sou raro em tudo. Só com um TAC é que descobriram. Aí já estava com falta de ar, não conseguia falar. Durante dois meses sofremos. O Benfica não teve covid. Por isso deu 5-1 no Famalicão e ganhou os jogos todos. Isto é tudo novo, não é para mim. Estamos com um grande problema em Portugal e estamos a fazer disto uma doença normal. E não é! sobretudo para aqueles que fisicamente têm de correr. Não é teletrabalho. Eu sei a falta de ar que temos. Nem todos são iguais, uns passam por isto mais fácil. Mas isto deixa sequelas. Não é preciso seres treinador para perceber isto. Por isso acredito na ciência e que os jogadores vão voltar e os nossos níveis vão melhorar.»