Como bom português, Jorge Rodrigues gosta de animar a malta. Põe a música «Ai se eu te pego» e pinta o cabelo de cor-de-rosa. São algumas das suas brincadeiras no Nõmme Kalju.
A Estónia é conhecida como sendo um dos países mais seguros do planeta. Segundo o EM-DAT, base de dados internacionais sobre as catástrofes naturais, nenhum sismo, inundação, tempestade mortífera, seca ou incêndio foi registado entre 1900 e hoje.
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Portanto, com a chegada de Jorge Rodrigues ao Nõmme Kalju, um «terramoto» aconteceu no país. «Estamos a revolucionar as mentalidades», diz o português. O país começa a compreender o estado de espírito latino e as brincadeiras implementadas no seio do balneário, onde consta um italiano, um cubano, um marfinense, um finlandês e dois japoneses como estrangeiros.
O povo estónio não é conhecido pela sua animação. «São pessoas muito fechadas, mas quando ganhas a confiança deles, são magníficos», assegura ao
Maisfutebol.
Chegam, por exemplo, ao ponto de chamar a Jorge o «Special One» da Estónia : «Eles observam muito a nossa cultura e fazem-nos sentir especiais». Jorge até já deu entrevistas a revistas cor-de-rosa.
Há poucos dias, o nosso jornal falou com
Michel Teló, autor de «Ai se eu te pego», a famosa música na qual Ronaldo dançou depois de ter marcado um golo. O brasileiro disse-nos ter ficado «emocionado», mas o que ele ainda não sabia é que também é uma estrela no balneário do Nõmme Kalju. «No outro dia pus a música e os estónios estavam a dançar e cantar», diz Jorge Rodrigues.
«Estou no balneário mais feliz do mundo»
Muito divertido, Jorge Rodrigues também ensinou os companheiros a usar a língua de Camões. E, claro, são sempre os palavrões a chegar em primeiro. «De manhã, quando os companheiros chegam, batem-me nas costas e dizem-me:
Tá tudo bem, c******?!», conta a rir.
Jorge Rodrigues chegou há três meses e mostra-se encantado com a sua nova aventura. «Adoro estar aqui. Tallinn é uma cidade velha mas muito bonita. As pessoas são certinhas, até a conduzir. O semáforo está no amarelo e as pessoas param. Em Portugal, teriam acelerado. Também não há assaltos.»
E o que é que o espantou mais? Ao reflectir, disse-nos duas coisas. Em primeiro lugar, as mulheres. «São as mais bonitas que eu já vi. Parecem princesas», diz, admirado. E a segunda? «O wireless! Eles têm isso por todo o lado. Quando fazemos viagens de autocarro de três ou quatro horas, temos wireless no autocarro. É à grande e à francesa!»
O campeonato acabou no último fim-de-semana e, para fechar em beleza, Jorge Rodrigues avançou com mais uma brincadeira: pintar o cabelo em tons cor-de-rosa. «Somos vice-campeões, é a melhor classificação de sempre, é para festejar ! Os mais velhos sentiam-se revoltados porque o campeão Flora manipula tudo», nota.
Afinal, toda a gente pintou o cabelo. Não se sabe o futuro de Jorge Rodrigues mas uma coisa é certa: o português mudou imenso a mentalidade dos estónios e isso é um verdadeiro sismo. «Introduzimos entusiasmo num país com grande taxa de suicídios. Isso é óptimo», concluiu.
Internacional
12 nov 2011, 15:48
Jorge Rodrigues na Estónia: «Special One», mulheres e cabelo rosa
Reportagem-Maisfutebol: um português a mudar as mentalidades no Báltico. Um verdadeiro sismo no Nõmme Kalju
Alexandre Teixeira
Reportagem-Maisfutebol: um português a mudar as mentalidades no Báltico. Um verdadeiro sismo no Nõmme Kalju
Alexandre Teixeira
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