As quatro derrotas nas quatro primeiras jornadas antecipavam o fim da história entre José Viterbo e a Académica caso os estudantes vacilassem pela quinta vez consecutiva, agora na receção ao Boavista.

Viterbo, o homem da casa que em fevereiro último substituiu Paulo Sérgio no comando da «briosa» e salvou o clube da descida de divisão, sabia que seu momento estava prestes a chegar ao fim.

O que estaria longe de imaginar é que começaria logo aos 30 segundos do jogo deste domingo com os axadrezados. O golo madrugador de Zé Manuel antecipou o fim do «sonho», da (chamou-lhe um dia) «comissão de serviço» nos estudantes.

No final do jogo, que terminou com nova derrota da Académica (0-2), Viterbo anunciou a saída do comando técnico da equipa. «O mais importante é a instituição. E eu, como grande académico, só podia tomar esta decisão e não adiá-la mais.» A separação foi selada com raro abraço sentido com o presidente. «Viterbo sai porque quer, dado que os interesses da Académica sai o que mais conta com ele», disse José Eduardo Simões com as lágrimas nos olhos.

Nem todas as histórias bonitas têm finais felizes. Mas nem todas precisam de terminar com uma separação litigiosa.

A saída de Viterbo foi a primeira «chicotada psicológica» desta Liga, mas não a única após a quinta jornada, que deixou mais uma vítima pelo caminho: Armando Evangelista.

O técnico que no ano passado orientava a equipa B do V. Guimarães não resistiu ao modesto início de campeonato da equipa da «cidade berço» (cinco pontos em cinco jogos).

A gota de água aconteceu após o empate de sexta-feira, no Bonfim, com o V. Setúbal. Os vimaranenses jogaram praticamente todo o encontro contra dez e adiantaram-se no marcador logo aos três minutos, mas foram incapazes de levar para o Minho os três pontos.

O jogo em Setúbal acentuou a já existente tensão entre adeptos e equipa técnica e a saída de Evangelista foi oficializada esta segunda-feira. «Saio, sem mágoa, e consciente que tudo fiz para ao longo dos últimos anos engrandecer o nome do meu clube do coração. Hoje, como ontem, continuarei a ser vitoriano», escreveu o treinador num comunicado.