Vamos ao melhor do Jornal do Incrível ao longo do ano de 2016? Está preparado? Eis a viagem pelo que acontece de mais peculiar no mundo do desporto. Escolhemos os melhores entre tantos outros que podiam estar neste espaço e deixamos uma garantia: não precisa de estar bêbado para se rir com estas histórias.

É por aí que começamos, para criar uma linha de raciocínio na prosa, como prova de sobriedade nesta quadra natalícia. Se estivéssemos na Noruega não poderíamos jogar o Drunk Football, onde é exigida uma taxa de alcoolemia igual ou superior a 1 g/l

Tivemos de esperar pelos últimos meses do ano para sermos confrontados com os episódios mais ricos, como esse e outro que deliciou a redação do Maisfutebol: o dia em que Google Earth acabou com o campo mais torto do mundo. Sim, parece obra de um operário alcoolizado.

Não queremos explorar em demasia a temática mas sobra tempo para recordar o dia em que um quarto árbitro checo teve de ser expulso do relvado por estar claramente bêbado. As imagens não deixam margem para dúvidas.

Quando se falha o que parece simples

Esta categoria é incontornável. Ano após ano, jogo após jogo, alguém eleva a fasquia com falhanços que parecem os maiores de sempre. Em 2016 houve até uma falha tão grave que levou à suspensão do referido jogador: exagerou na dose e transmitiu a sensação de gesto deliberado.

Aconteceu no Campeonato asiático de sub-16, quando o guarda-redes da Coreia do Norte, Jang Paek Ho, abriu caminho para um golo do Uzbequistão. Não foi apenas um erro, foram vários e levantaram sérias suspeitas. 

Mickael Roche é outro guarda-redes sem grandes recordações de 2016. O dono da baliza do Dragon, equipa do Tahiti, marcou um autogolo incrível, com um efeito curioso na bola. 

Não sabemos se a carreira de Roche foi prejudicada pelo erro crasso, mas Youssef Ibrahim Obama terá sentido que algo lhe podia acontecer depois de falhar uma grande penalidade no campeonato egípcio. O jogador saiu a correr para o balneário

Os lances de bola parada podem ser momentos de pura inspiração ou de tremendo estudo. Demasiado até. Veja-se o que aconteceu quando os jogadores do Puszcza ensaiaram um lance de laboratório na Polónia.

Os falhanços não são obra de um homem só. Tal como aconteceu com o Puszcza, a seleção do Iraque percebeu que o entendimento entre homens com ideias próprias é relativamente complicado

O que aconteceu com os iraquianos não entra, ainda assim, no top três de falhanços no ano de 2016. Apresentamos três candidatos fortes, três homens que fintaram o destino e desafiaram a lógica a um palmo da baliza.

Quem fez pior? Thanasis Takidis, Lemi Duricic ou Kingsley Ehizibue?

O que falta ainda acontecer num relvado?

Há jogos que não valem o preço de um bilhete, é certo. Sem golos, sem sal, sem entusiasmo, uma verdadeira pasmaceira. Porém, nunca sabemos o que irá acontecer ao longo daqueles noventa e tal minutos. É essa a beleza do futebol.

Para além de golos, de lances de génio, de belos envolvimentos coletivos, o adepto pode ser surpreendido com uma panóplia de eventos porventura surreais.

Um dos melhores de 2016 teve Enner Valencia como protagonista. Um pleno duelo de seleções, o jogador do Equador saiu em maca ao minuto 82 e dez polícias correram na sua direção, achando que se tratava de um plano de fuga

Abrimos espaço para os guarda-redes. São os que passam maiores períodos sem nada fazer e sobre quem recai maior responsabilidade em instantes decisivos. Nem sempre é fácil lidar com essa realidade, a de ter de estar atento a qualquer momento, mesmo quando a bola anda longe.

Este jovem guarda-redes não conseguiu aguentar e decidiu que tinha de ir. Quando um homem tem de ir, tem mesmo de ir. Já a experiência de Buffon permite-lhe perceber quando é possível abrir exceções, como este momento em que deu um autógrafo durante um jogo

O Jornal do Incrível não conhece limites nem repete histórias já vistas. Desafiamos o leitor a recordar outro episódio em que um jogador tenha marcado um golo a comer um chocolate atirado da bancada. Ou um penálti provocado com cordões entrelaçados. Sim, leu bem.

Os sorrisos mantém-se quando se recorda um antigo campeão europeu que se despediu em pleno relvado, uma expulsão devido a um ataque…de flatuência e um jogo em pleno Campeonato da Europa com cinco camisolas rasgadas!

As camisolas da Suíça são relativamente simples, bonitas até. Não podemos escrever o mesmo sobre estas apostas arrojadas: um equipamento inspirado em salsichas, outro delicioso, um com cheiro a relva e finalmente o nosso favorito: uma reprodução pouco fiel do corpo humano

Quando os clubes nos fazem sorrir

Os verdadeiros protagonistas são os jogadores, é certo, mas há gente que se mexe nos bastidores com talento para justificar um destaque. Um dos episódios mais hilariantes de 2016 envolveu o Borussia Monchengladbach. Um pub de Glasgow não conseguiu escrever o nome do clube alemão e este reagiu da melhor forma. Abraçou a ideia, fazendo-nos sorrir. No primeiro e no segundo jogo

Entre as atitudes mais interessantes de clubes neste ano, destaque para o Sparta de Praga, que obrigou dois jogadores a treinar com a equipa feminina após comentários sexistas, ou o Preston North End, que multou dois jogadores após troca de agressões para reembolsar os seus adeptos.

Por cá, fica a nota para o Desportivo de Chaves, que reagiu com humor a uma crónica satírica de Eric Cantona. Disse o francês que José Mourinho podia estar pior, podia estar em Chaves, e o clube reagiu: «Obrigado, mas estamos bem servidos com Jorge Simão». Estavam, mas deixaram de estar, já que o belo trabalho do técnico despertou a cobiça do Sp. Braga.

Se os dirigentes do clube transmontano estavam satisfeitos com o seu treinador, o mesmo não acontecia na Dinamarca, onde o presidente do Brondby utilizava um nome falso para insultar o seu técnico na internet. Correu mal, claro.

O futebol teria pouco interesse sem adeptos. Aliás, o seu papel é fundamental. Por vezes dão uma ajuda preciosa, como este senhor que utilizou o rabo para distrair um adversário no momento de uma grande penalidade. Por outro lado, eles são dificilmente controláveis e por vezes decidem protestar de forma original. Veja este exemplo.

Terminamos com dois episódios que não se enquadram nas categorias anteriores mas justificam estas linhas. Saímos do âmbito do futebol para recordar a tenista que decidiu cortar o cabelo para vencer o encontro e regressamos para finalizar com uma das melhores entrevistas de sempre

Senhoras e senhores, o discurso inquietante de Tiago Gaúcho, então jogador do Gama. Termina com a promessa de uma «metida», algo que merece a reprovação dos jornalistas, e uma cerveja. No fundo, acabámos como começámos. Com álcool à mistura mas sem tocar nele. Não precisamos.