José Couceiro, diretor técnico da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), participou nesta segunda-feira num almoço-debate organizado pelo Internacional Club of Portugal, em Lisboa, abordando vários temas relacionados com a prática desportiva.

«Para ter um futebol de qualidade, precisamos de espaços com melhores qualidades. Vamos ter de ter, obrigatoriamente, melhores condições», começou por dizer, comentando ainda o papel dos país, que são «um fator excessivo de pressão sobre os jovens: «Não é preciso que sejam pais mal-educados, basta o pai estar na bancada a dar indicações contrárias ao que o treinador pediu ao seu filho, por exemplo. Coloca os jovens numa posição difícil. Obedecem ao treinador ou ao pai? Não têm de intervir.»

José Couceiro considera que o papel dos jogadores deve ser sempre valorizado: «O jogador é o centro. Quando os dirigentes ou os treinadores julgam que são eles o espaço central num jogo, estão a cometer um erro básico. Os treinadores são muito importantes para potenciar os jogadores, os dirigentes têm um caráter decisivo no processo, mas sem jogadores de qualidade, não se formam equipas de qualidade.»

«Se não equilibrarmos as competições, não conseguimos criar desafios aliciantes para que esses jovens possam crescer. O equilíbrio é que faz com que a competição tenha sucesso. Temos níveis de educação desportiva baixos. Há muito pouca tolerância ao erro no futebol. Também nas televisões o processo educativo tem de existir. Não é só o discurso de três equipas, discutir faltas, arbitragens... Esse discurso está gasto», concluiu.