A asfixia do mercado português tornou-se irrespirável para José Garrido. Após experiências no Lousada, Vizela, Penafiel, Tirsense, Aves e Freamunde, o antigo jogador do Benfica e do Boavista percebeu que o melhor era abraçar a vida de emigrante, como conta ao Maisfutebol.
Líder absoluto no paraíso do petróleo
«Treinei na Liga de Honra e na II divisão, mas acredito que no estrangeiro posso projectar mais rapidamente o meu nome. Após cinco anos fora de Portugal, tenho muita vontade de voltar e experimentar finalmente a primeira divisão. Já adquiri o direito a uma oportunidade no escalão máximo, por tudo o que tenho feito fora do meu país.»
Quatro taças conquistadas e um brilharete na Liga dos Campeões Asiáticos ao serviço do Al-Qadsia (Kuwait) enchem José Garrido de orgulho. «Falta-me ser campeão nacional. Em quatro anos fiquei sempre em segundo.»
Uma liga com apenas três estádios
Na liga do Bahrain, Garrido confrontou-se com um enquadramento curioso. Apesar da primeira divisão ter 12 clubes, apenas três estádios servem como palco aos jogos: o Estádio Nacional (Issa Town, dez mil lugares), o Estádio do Al-Ahli e o Estádio do Al-Muharraq (ambos com dez mil lugares).
Uma noite de fado para árabe ver (e ouvir)
«Essa é a regra. O meu clube tem condições de trabalho fantásticas, uma Academia ultra-moderna, mas joga sempre num destes estádios. O ambiente é óptimo, mas as bancadas só enchem nos jogos grandes, como no play-off para o Mundial, entre o Bahrain e a Nova Zelândia.»
Para se perceber melhor a realidade desportiva do Al-Riffa, comandante do campeonato do Bahrain, José Garrido explica que a equipa lutaria «para não descer» na liga portuguesa. «Tecnicamente tenho bons jogadores, muito evoluídos, mas a mentalidade dos jogadores limita muito a nossa ambição», refere o treinador.