José Mota, treinador do V. Setúbal, em declarações no final da vitória alcançada pelos sadinos diante do Beira Mar, neste domingo, em Aveiro:

«Sabíamos que ia ser um jogo muito difícil entre duas equipas que lutam pelos mesmos objetivos, e foram três pontos muito importantes. Era isto que pretendíamos, porque sabíamos que qualquer golo que surgisse iria intranquilizar a outra equipa para o resto do jogo. Nós entrámos de uma forma muito organizada, com um bloco muito forte, tivemos muita posse de bola, jogámos pelos flancos, e acho que o primeiro golo apareceu de uma forma muito natural porque estávamos a ser a equipa que dominava e que tinha feito mais para chegar perto da baliza adversária. E quando fizemos o golo sabíamos que a tarefa estava mais fácil. Da forma como estávamos a atuar sabíamos que, dificilmente, sofreríamos e jogámos com esse fator. Depois fizemos o segundo golo e pensei que o jogo estava controlado. Mas tudo se altera e o futebol é fértil nestas situações. Primeiro porque houve uma expulsão que eu penso que é uma injustiça. O Jorge Gonçalves não merecia ser expulso. Foi de uma forma leviana que lhe foi mostrado tanto o primeiro como o segundo cartão, e aí percebemos que íamos ter uma segunda parte muito difícil. Acho que a equipa se organizou muito bem, mesmo a jogar com dez, entregámos a iniciativa de jogo que passou a ter características completamente diferentes. O jogo tornou-se muito difícil após o nosso terceiro golo porque havia um desgaste muito grande dos nossos jogadores. O Beira Mar passou a jogar de uma forma muito direta, sem nos criar perigo, mas sabemos que, com este tipo de jogo, acabam sempre por aparecer ressaltos, ou situações de superioridade numérica na área, e dessa forma o nosso adversário conseguiu dois golos. Mas penso que merecemos esta vitória. Os jogadores estão de parabéns e eu quero agradecer aos muitos vitorianos que se deslocaram aqui para nos apoiar: é para eles que vai esta grande vitória.»

[Esta vitória pode marcar um ponto de viragem?]

«Esta é daquelas vitórias que moralizam. É frente a um adversário direto, e da forma abnegada que foi conseguida, a trabalhar no limite até ao minuto 94, isso ajuda os jogadores a perceberem que, com esta humildade e as características que a equipa possui, vamos conseguir, com certeza, os nossos objetivos. Esta vitória tem de ser um exemplo e não um fator de desleixo. Porque quando trabalhamos seriamente e jogamos concentrados conseguimos as vitórias.»