José Veiga recebeu este sábado, por volta das 16 horas, os bens que lhe tinham sido arrestados de casa, depois de ter ficado resolvido o caso que mantinha em tribunal com o banco luxemburguês Dexia. No momento em que via a sua vida ser devolvida à normalidade, o antigo director-geral do Benfica falou também de um possível regresso à Luz, mas fê-lo sem se alongar muito sobre o tema. «Sabia que ia resolver este problema porque já existia um princípio de acordo, agora vamos aguardar pelos próximos tempos», disse.
Veiga não quis confirmar taxativamente um regresso ao Benfica, mas Luís Filipe Vieira quer que ele regresse e o Maisfutebol sabe que essa também é a vontade do antigo empresário. O próximo passo será a formalização da reentrada na estrutura de futebol do Benfica, o que deve acontecer no início do ano. «Tenho que ter uma conversa com Luís Filipe Vieira, que é uma pessoa que muito estimo», disse. «A vontade do presidente é essencial. Quando chegar a hora de nos sentarmos à mesa, vamos falar».
«Saí para poder limpar a minha imagem sem precisar do Benfica como escudo»
O ex-director geral encarnado recordou, de resto, que só saiu para limpar a sua própria imagem. «Quando pedi ao presidente para sair não me sentia bem com esta situação porque era uma situação particular. Sabia que a ia resolver muito rapidamente, como foi o caso, e não queria utilizar o Benfica ou a instituição Benfica como escudo para me proteger, porque não preciso que ninguém me proteja», sublinhou. «Costumo dizer que quem não deve não teme. O que eu queria era mostrar a todo o país, aos portugueses, que estou completamente inocente no que me fizeram nestes dois casos», adiantou, referindo ao caso Dexia que conduziu ao arresto de bens e ao caso João Pinto.
Pelo meio José Veiga falou da conclusão da polémica provocada pelo arresto de bens da sua casa. «Convidei-os para estarem aqui presentes, hoje fui eu que fiz questão de o fazer, para mostrar que este era um problema que tinha que ficar resolvido. Depois da forma como fui tratado na praça pública na altura do arresto, fiz questão de me defender. Neste país há dois tipos de justiça, uma nos tribunais e outra na praça pública. Como fui condenado na praça pública, fiz questão de vos convidar para mostrar que o problema estava resolvido. Foi-o, aliás, em tempo recorde, porque já havia um princípio de acordo, que só não se concretizou antes devido às burocracias deste país».