Para além do «caso Dexia», José Veiga aproveitou a presença dos jornalistas para testemunhar o regresso dos bens arrestados para falar do outro caso que o têm trazido para as capas dos jornais: o «caso João Pinto». Que lhe mereceu, aliás, um comentário rápido. «Este é o caso Sporting-João Pinto, não existe caso Veiga», disse. «Tentaram envolver-me neste caso, mas não tenho nada a ver com isto. Estou completamente inocente e irei prová-lo rapidamente».
Para o antigo empresário, a prova da sua inocência só demorará o tempo que João Pinto demorar a testemunhar. «Penso que o essencial neste caso é que o João seja ouvido, porque quando ele disser a verdade provarei rapidamente que estou inocente», garantiu. «Espero que o João Pinto seja chamado a depor o mais rapidamente possível. Dia 25 de Novembro vi-o dizer que estava disponível para prestar declarações. Até hoje não foi ouvido».
João Correia, advogado do ex-empresário, já enviou um documento à Procuradora do DIAP (ver foto) encarregue do caso, requerendo a audição de João Pinto com «o carácter de máxima urgência».
«Filipe Soares Franco fartou-se de exibir documentos e não exibiu o principal»
Após João Pinto falar, José Veiga promete desvendar as poucas dúvidas que restarem. «Depois disso tenho documentos para entregar onde provo que estou inocente». frisou. «Tenho provas que provam que estou inocente». O antigo empresário não quis especificar que documentos são esses, mas o Maisfutebol sabe que se refere a um documento que tem em sua posse assinado por Luís Duque e Ribeiro Telles aquando do acordo de transferência de João Pinto para Alvalade. «Lamento a forma como ex-dirigentes do Sporting trataram este caso. Eles sabem perfeitamente que estou inocente, foram ouvidos na Judiciária e não disseram a verdade. Lamento a forma como Filipe Soares Franco se comportou numa conferência de imprensa onde se fartou de exibir documentos e o documento essencial, um só documento, não o exibiu».
«Tenho um documento, com várias cópias, em que provo que estou completamente inocente»
Trata-se do tal documento que José Veiga também tem. «É um documento do Sporting, assinado por dois dirigentes do Sporting, onde provo que estou completamente inocente. Eu tenho também esse documento comigo. E tenho várias cópias. Só que a cópia principal só a irei entregar no juiz e quando a entregar no juiz poderei exibi-lo. Aí revela-se perfeitamente para quem foi o dinheiro, e para mim não foi certamente. Quero colaborar com a justiça mas também quero que a justiça colabore comigo. Neste momento há uma burla e para haver uma burla tem que haver um burlado. Até ao dia de hoje ninguém me sabe dizer que é o prejudicado. Além disso, se houve uma burla, como é que em seis anos ninguém reclamou esse dinheiro? Como é possível que em seis anos ninguém tenha reclamado 3 milhões e 200 mil euros? Isso é inadmissível».
«Quando fui ouvido fiz questão de levantar o sigilo de todas as minhas contas»
José Veiga disse ainda que não sabe porque é o único arguido em todos este caso - «têm de perguntar ao juiz» - e lamentou que a justiça não tenha tido a mesma rapidez para ouvir João Pinto que teve para o deter. «Se estou disponível para que as minhas contas sejam abertas? Filipe Soares Franco deve ter um lapso de memória, ou então falou depois do almoço e depois do almoço há sempre lapsos de memória. Quando fui ouvido fiz questão de levantar o sigilo de todas as minhas contas. Filipe Soares Franco e os dirigentes do Sporting falaram em contas no estrangeiro, pelos vistos têm contas no estrangeiro. Ele sabe para onde foi o dinheiro. Só tem que o dizer. Que eu saiba o documento que eu tenho não desapareceu da contabilidade do Sporting. Houve algo que não correu bem nesta investigação, com muitas mentiras pelo meio».
Veiga negou ser representante da «Goodstone»: «Não. Não sou representante nem proprietário dessa empresa. Não tenho nada a ver com a empresa.»