O jogo desta quarta-feira entre os colombianos do Júnior Barranquilla e os argentinos do River Plate, para a Libertadores, teve de ser interrompido durante dois minutos porque os jogadores foram afetados por uma nuvem de gás lacrimogéneo que chegou até ao relvado.

Há duas semanas que a Colômbia é palco de manifestações contra o Governo de Iván Duque. Os protestos começaram por ser contra a reforma tributária do Governo, entretanto já retirada, mas continuam contra a tentativa de reformar a saúde, a brutalidade policial e a complexa situação de insegurança no país. Há já registo de dezenas de mortes, feridos e desaparecidos durante estes dias.

Perante este cenário, algumas organizações não entenderam que este e outros jogos fossem realizados no país, alegando que, «sem paz, não há futebol». Na semana passada, três jogos foram transferidos para o Paraguai, mas este encontro continuou marcado para Barranquilla.

Antes do início do jogo, os manifestantes concentraram-se no exterior do estádio. A manifestação, que inicialmente era pacífica, escalou, com confrontos entre os manifestantes e a polícia. E foi nessa altura que foi lançado o gás lacrimogéneo.

A nuvem de gás chegou até ao relvado, afetando jogadores, árbitro e equipas técnicas, o que levou a que o jogo fosse então interrompido por alguns minutos. O encontro foi depois retomado, mas, dentro do estádio, continuavam a ouvir-se as explosões.

Em campo, o jogo terminou com um empate 1-1, com golos de Miguel Borja para o Junior, aos 20 minutos, e Paulo Diáz a empatar já aos 90+4.

No exterior, a imprensa colombiana avança que dezenas de pessoas ficaram feridas.

Este não foi o único encontro da Libertadores marcado para a Colômbia na quarta-feira. O outro jogo, entre os colombianos do Atlético Nacional e os uruguaios do Nacional, também foi afetado pelos protestos. O apito inicial foi adiado em uma hora por causa das manifestações.