O ex-assessor jurídico do Benfica, Paulo Gonçalves, e o funcionário José Augusto Silva vão a julgamento no âmbito do caso E-Toupeira, decidiu hoje o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.

Em causa estão os crimes de corrupção, acesso indevido, violação de segredo de justiça e do dever do sigilo, tanto nos casos de Paulo Gonçalves, como de José Augusto Silva, sendo que o funcionário judicial terá ainda de responder por peculato.

A decisão instrutória foi proferida na tarde de hoje pela juíza de instrução criminal Ana Peres, que não pronunciou (não levou a julgamento) a SAD encarnada por nenhum dos 30 crimes que constam da acusação do Ministério Público (MP): um de corrupção ativa, outro de oferta ou recebimento indevido de vantagem e 29 crimes de falsidade informática.

«Não é possível dizer que Paulo Gonçalves agiu no âmbito da Benfica SAD», justificou a juíza.

Segundo a acusação do Ministério Público, Paulo Gonçalves, enquanto assessor da administração da Benfica SAD, e no interesse da sociedade, solicitou aos funcionários judiciais Júlio Loureiro (que também não vai a julgamento) e a José Silva (que vai a julgamento, mas que sai em liberdade - estava em prisão domiciliária) que lhe transmitissem informações sobre inquéritos, a troco de bilhetes, convites e merchandising.