O futebolista Daniel da Mota, lusodescendente internacional pela seleção do Luxemburgo, foi colocado em prisão preventiva, na sequência de suspeitas de exploração fraudulenta de pessoa em situação de vulnerabilidade – abuso de fraqueza – de acordo com a procuradoria luxemburguesa.

A Procuradoria do Luxemburgo, através do porta-voz Henri Eippers, confirmou à agência Lusa que Daniel da Mota foi «ouvido pelo juiz de instrução e constituído arguido no dia 16 de janeiro», dia que determinou a prisão preventiva do jogador de 33 anos.

Na sequência da informação avançada na quarta-feira pelo jornal Tageblatt, Eippers recusou, no entanto, avançar as razões da detenção, apontando apenas as de ordem geral, como perigo de fuga ou perturbação do inquérito.

Citado pela Rádio Latina, emissora portuguesa do país, o advogado de Daniel da Mota nota que o jogador é suspeito de aproveitamento «da debilidade de uma idosa», de quem terá recebido «quantias avultadas de dinheiro, através de transferências bancárias, durante os últimos três anos». O mesmo advogado referiu que o caso terá sido denunciado pelo banco onde o jogador tem conta.

No Luxemburgo, o Código Penal pune o crime de «abuso de fraqueza» com «pena de prisão de três meses a três anos e multa de 251 a 50 mil euros».

Daniel da Mota, recorde-se, foi candidato às eleições legislativas em outubro de 2018, pelo partido luxemburguês ADR, conhecido pelas posições contra os direitos dos estrangeiros.

Em 2012, Daniel da Mota, nascido em Ettelbruck, filho de imigrantes de Celorico de Basto, marcou um golo à seleção de Portugal.