O presidente da Juventus, Andrea Agnelli, está a contas com um possível castigo de dois anos e meio. Em causa está relacionamento ilícito com claques e favorecimento à venda ilegal de bilhetes para jogos.

O período de castigo foi proposto pela comissão disciplinar da Federação Italiana de Futebol. A este, soma-se a disputa de dois jogos caseiros à porta fechada, mais um com a bancada sul - onde as claques assistem aos jogos – completamente vazia. Giuseppe Pecoraro, promotor da federação, acrescenta ainda uma multa de 300 milhões de euros.

Segundo a acusação elaborada, Agnelli terá autorizado a venda de passes anuais e de bilhetes acima do preço legislado. Recentemente, o líder do clube de Turim admitiu estar a ser investigado pela justiça italiana, por pretensas ligações à mais influente associação mafiosa em Itália. Procura-se, por isso mesmo, perceber se o processo envolve a comercialização de ingressos a grupos ligados a organizações criminosas.

Um painel composto por elementos da federação terá, agora, dez dias para decidir eventuais castigos. De seguida, há espaço a recursos. Caso seja banido por um período superior a um ano, Agnelli terá de esperar dez anos para poder reassumir o atual cargo no clube.

«A acusação está a fazer o seu trabalho. Não estamos habituados a fazer previsões, se vai pedir um mês ou irradiação. O importante é lutar contra as alegações», acredita Franco Coppi, advogado do dirigente italiano.

O pedido da justiça da federação transalpina surge dez dias depois de Agnelli, 41 anos e líder da Juventus desde 2010, ter sido eleito presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA). Sucedeu no cargo ao alemão Karl-Heinz Rummenigge.

No caso, estão também a ser julgados o diretor de bilheteira Stefano Merulla, o responsável pela segurança Alessandro D’Angelo, bem como o antigo diretor de marketing da Juventus, Francesco Calvo.

A Juventus nega, até ao momento, qualquer irregularidade sobre as acusações instauradas.