Oscar Pistorius viu recusado esta sexta-feira um pedido de liberdade condicional, uma vez que o tribunal de apelo considerou que o antigo atleta paralímpico ainda não cumpriu tempo suficiente para poder candidatar-se ao pedido. Recordamos que o antigo atleta está a cumprir uma pena de treze anos, desde 2013, por ter assassinado a sua noiva, Reeva Steenkamp.

O conselho de liberdade condicional chegou a reunir-se para ouvir testemunhas, entre as quais o próprio Pistorius e a mãe de Steenkamp, mas acabou por não tomar nenhuma decisão e os advogados acabaram por assumir que tinham o calendário errado.

No início da semana o principal tribunal de apelações da África do Sul enviou uma carta a explicar que Pistorius teria de cumprir mais um ano e meio de prisão antes de poder ser considerado para liberdade condicional.

A audiência, que teve lugar na prisão de Atteridgeville, nos arredores de Pretória, não chegou, assim, a avaliar o pedido do antigo velocista. Os advogados do antigo atleta defendiam que Pistorius seria elegível por já ter cumprido metade da pena, mas o tribunal teve outra interpretação em relação aos tempos da sentença.

Segundo o tribunal, o tempo de prisão de Pistorius foi interrompido por vários apelos e por um período de prisão domiciliária que não são contabilizados na sentença.

«Hoje não é motivo para comemoração. Sentimos muita falta de Reeva e sentiremos isso pelo resto de nossas vidas. Acreditamos na justiça e esperamos que ela continue a prevalecer», disse o comunicado do tribunal.

A mãe de Reeva, June Steenkamp, falou aos jornalistas antes do início da audiência e disse que ia opor-se à libertação do assassino de sua filha. «Não acredito que Oscar esteja arrependido... ou reabilitado», referiu.

Atendendo ao calendário apresentado pelo tribunal, Oscar Pistorius não terá a oportunidade de deixar a prisão antes de agosto de 2024.