Sérgio Conceição aproveitou a antevisão do jogo frente à Juventus para dar uma espécie de aula sobre sistemas táticos.

Questionado se poderia voltar a apostar num sistema de três centrais, como aconteceu contra o Manchester City, o treinador do FC Porto afirmou que «é um sistema como outro qualquer» e que «é importante perceber que centrais estão à disposição».

«Depende de perceber se a saída de bola de algum desses centrais é melhor do que baixar e encaixar um médio no meio. A largura que se tem no campo é muita e há sempre laterais a dar essa profundidade, os três da frente metidos por dentro criam problemas. Um 3-4-3 bem trabalhado acho interessante, tal como acho o 4-4-2», começou por dizer Conceição, recuando um pouco na sua carreira para recordar que jogava preferencialmente em 4-2-3-1.

«Não jogava em 4-4-2, mas depois encontrei no Nantes uns bichos na frente que me davam garantias em termos ofensivos, mas defensivos também. A equipa estava sempre muito equilibrada e perigosa a atacar, com laterais que atacavam e um duplo pivot com jogadores muito inteligentes. Portanto, o sistema depende do equilíbrio e da dinâmica de jogo da equipa. Não jogando em 3-4-3 posso provocar isso no jogo também, com alas por dentro, um avançado mais baixo, com um lateral a projetar-se muito e o outro a ficar mais baixo, com um ala do lado contrário a ficar mais por dentro e o outro não... Depende daquilo que se trabalha e daquilo que se passa ali dentro daquele retângulo», detalhou o técnico portista, acrescentando: «Agora, as peças 3-4-3, 4-3-3, 4-4-2 ou por aí fora não conta para nada. Zero!» 

Não ciente de ter sido suficientemente claro, Conceição aproveitou o momento para exemplificar o que quis dizer com um exemplo prático: o jogo do FC Porto frente ao Sp. Braga para o campeonato.

«O Sarr jogou a lateral contra o Sp. Braga. Era o lateral que ficava, o Manafá projetava-se bem na frente. Com o Manafá projetado, o Corona estava por dentro. Do outro lado, estava o Luis Díaz largo, que era o ala. De um lado o lateral, do outro o ala. E eu tinha essa largura no campo, mas o sistema não era um 3-4-3, era um 4-4-2. O Marega estava mais fixo, junto da linha defensiva, para aproveitar as características dele, e o Taremi mais baixo, mais em apoio», revelou o técnico, concluindo: «Dentro de um 4-4-2, posso transformar num 3-4-3, se quiserem.»