O Manchester City pediu a despenalização de Vincent Kompany pelo cartão vermelho que viu na partida frente ao Arsenal, por uma entrada sobre Wilshere. E o lance está a motivar aceso debate em Inglaterra. São muitos a defender que decisões como a do árbitro, que mostrou vermelho direto ao defesa do City, ameaçam acabar com a nobre arte do «tackle».
«Quando era jogador, se fizesse um tackle assim ficaria orgulhoso de mim próprio», disse Ron Harris, antigo defesa do Chelsea conhecido pelas suas entradas durinhas, à Reuters, analisando o lance em que Kompany entra com os dois pés e afasta a bola, não chegando a acertar em Wilshere: «Dava-me nota 10 em 10. O que é que ele devia ter feito? Dizem que não podemos entrar com os pitons, mas quando se desliza assim temos de mostrar os pitons. Não quer dizer que fosse para partir uma perna.»
O antigo jogador questiona a crescente penalização aos defesas, em contraste com a complacência aos mergulhos e aos agarrões nas bolas paradas. «Em vez de faze de pessoas como o Kompany os vilões, têm de acabar com a batota que vemos todas as semanas. Qualquer dia os defesas vão ter medo de fazer qualquer tackle.
Alan Hansen, antigo defesa do Liverpool, defende mais ou menos a mesma ideia. «Se o vermelho do Kompany não for anulado pela FA, enviará a mensagem de que o «tackle» foi banido para sempre. Foi o tackle perfeito. Ficarei perplexo se o árbitro Mike Dean decidir manter a sua decisão», disse ao «Telegraph».
O lance de Kompany, que já se viu envolvido em situação semelhante na época passada, por um lance com Nani, está a ser comparado àquele que os ingleses definem como o «tackle» perfeito: o desarme de Bobby Moore a Jairzinho no Mundial de 1970.
O lance de Kompany:

E o tackle de Bobby Moore a Jairzinho