Sevilha, 21 de Maio de 2003. Uma final clássica, data maior na história da Taça UEFA. O Celtic pinta a Andaluzia de verde e embriaga-a de cerveja. Muita cerveja. Mas quem cai, trôpega, ao fim de 120 minutos é precisamente a formação de Glasgow. A mestria de José Mourinho dava a conhecer-se ao mundo.

Jogo estonteante, imprevisível, com trocas e baldrocas no marcador. A cada golo dos dragões, responde o Celtic através da cabeça do inesquecível Henrik Larsson. Quase oito anos depois, ao Maisfutebol, o antigo internacional sueco faz o desabafo: «O F.C. Porto teve a sorte e Mourinho do seu lado. Mas foi um jogo brilhante.»

Vem a memória a propósito do regresso dos azuis e brancos a Sevilha. O contexto é diferente, até o palco não é o mesmo, mas o simples facto de se falar naquela cidade torna a efeméride incontornável. Henrik Larsson concorda.

«O ambiente era fantástico. Foi a primeira vez que perdi e fui aplaudido de pé por dezenas de milhares de pessoas. Estava mesmo muito calor e fiquei apaixonado pelo sítio. Mesmo com a derrota. 3-2, grande jogo.»

«Falcao é algo parecido comigo»

O filho do senhor Francisco da Rocha, um emigrante cabo-verdiano radicado na Suécia, treina actualmente o Landskrona. A vontade de falar sobre uma das derrotas mais «difíceis» da carreira não é muitas. Mas lá se consegue alguns desabafos.

«O Deco jogava muito bem, adorava vê-lo com a bola. Depois havia o Vitor Baía, grande guarda-redes. Fiz-lhe dois golos, acho que não teve hipóteses em nenhum. Na altura o meu colega, o Balde, foi expulso e as coisas a partir daí ficaram quase impossíveis para o Celtic», conta Henrik Larsson.

Antes de deixar algumas impressões sobre a partida desta quinta-feira, a contar para os 16-avos-de-final da Liga Europa, Larsson elogia um jogador do F.C. Porto. «Gosto bastante do Falcao, tem algo de parecido comigo. Favoritos? Desta vez o jogo não é em campo neutro. Nestas coisas a equipa da casa leva sempre alguma vantagem.»

Henrik Larsson tem 39 anos e um percurso fantástico no futebol. Representou clubes da excelência do Barcelona e do Man.Utd., por exemplo, além da passagem marcante pelo Celtic entre 1997 e 2004. Os 40 golos que marcou na Taça UEFA/Liga Europa são ainda um recorde absoluto.

Recorde os golos da final de Sevilha: