A figura: Ramires

Provavelmente, ainda é o melhor jogador que pisou aqueles bocados de relvado da Luz nos últimos anos. Posicionado no lado direito do ataque londrino, passou por Emerson como e quando quis. O Chelsea desequilibrava pela passada do «queniano azul», alcunha que vem do Brasil e que ganha relevo com a camisola dos londrinos. Penetrou na defesa encarnada, ora em jogadas individuais, ora em combinações, ora em inteligência, ora em esforço, como no 1-0. Depois, já se sabia, é uma ajuda tremenda a meio-campo. Aquilo que mostrou ao serviço do Benfica continua intocável no Chelsea. Por mais mudanças de treinador que haja, Ramires não desilude. É aquilo mesmo. É bom.

O momento: minuto 75

Já tinha havido muito jogo, oportunidades claras para os dois lados, uma no ferro, um penalty e substituições. Mas foram dois titulares do Chelsea nesta noite que desequilibraram o jogo no marcador. Torres correu pela direita e viu Kalou no meio da área encarnada. 1-0 e os «blues» na frente.

Outros destaques

David Luiz

Aplausos e acenos imensos, reconhecimento e retribuição. David Luiz foi aplaudido como se ainda vestisse de encarnado, mas, de certeza, a Luz preferiria que, nesta noite, o central que daqui saiu para Londres estivesse mais parecido ao que era quando chegou, do que quando partiu. Teve corte tremendo num cruzamento de Witsel que ia direto para Cardozo; teve calma, e técnica, impressionantes depois, noutra bola para o paraguaio. Num duelo com o Tacuara, negou-lhe o golo ao deter com o corpo uma bomba de Cardozo. Seguro como sempre na Luz, decisivo até para o zero encarnado no marcador. Esteve em todo o lado naquela defesa! No fim, foi com Ramires ao meio-campo retribuir carinho e, mesmo adversário, mesmo com a derrota do Benfica, recebeu palmas. Merece-as, sobretudo pela exibição.

Fernando Torres

Mobilidade na frente de ataque, guerra com Jardel. Só ganhou quando saiu da marcação, mas cada vez que o fazia o Chelsea conseguia furar linhas. Não marca, mas continua a jogar bem, como se viu na assistência para o 1-0 de Kalou, em que passou por Jardel e assistiu o 21 dos «blues» de bandeja.

Raul Meireles

A Luz não lhe perdoou o passado. Voltou a Lisboa de azul, agora sem as listas brancas do FC Porto. Foi o assobiado da noite, tentou dinamizar o miolo londrino e ainda obrigou Artur a uma defesa dificil. Sólido.

Paulo Ferreira

O outro português titular da noite. Jogou na lateral-direita e, enquanto o rival foi Bruno César não teve problemas em demasia. Com Gaitán foi diferente. Paulo Ferreira «desentendeu-se» com a velocidade do argentino e precisou de apoio. Ramires esteve sempre lá. Saiu esgotado e deu o lugar a Bosingwa.