Um Paços de Ferreira batalhador pagou caro as duas gigantescas falhas defensivas perante um Zenit que estava ao alcance dos castores que esta noite se apresentaram em campo.

David contra Golias? Só no papel. O estreante Paços de Ferreira não se deixou intimidar pelo milionário Zenit e bateu-se muito bem em campo, mostrando desde o início à equipa russa que, na deslocação a Portugal, poderiam levar na bagagem uma derrota. Mas nesta primeira experiência na Liga dos Campeões, os pacenses aprenderam uma dura lição: não se pode falhar nestes jogos e a frieza russa acaba por ser implacável quando deteta alguma fraqueza do adversário.

Shirokov não pode aparecer sem marcação. Assim a negrito, porque estará gravado certamente em toda a equipa e adeptos do Paços de Ferreira. Enquanto na frente um destemido Sérgio Oliveira, um atrevido Romeu e um trabalhador André Leão iam construindo jogadas de ataque e tentando fazer o golo, cá atrás, na defesa, Degra ia mantendo a baliza incólume com um punhado de boas defesas, sobretudo a alguns remates de Danny e Kerzhakvo. Mas, bastaram duas enormes desatenções defensivas, que permitiram ao avançado do Zenit rematar como quis, para o marcador mexer.

O primeiro golo, aos 28 minutos, não abateu os castores. Reagiram bem e continuaram sem se fechar na defesa à espera dos ataques russos. Procuraram o golo. De bola parada (e não só), Sérgio Oliveira era o causador de grandes dores de cabeça à defesa e ao guarda-redes do Zenit. Rui Miguel ainda conseguiu meter a bola na baliza, mas estava em fora de jogo e Hurtado teve o empate nos pés antes do intervalo. Mas, aos 58 minutos, André Leão, após um canto marcado pelo recém-entrado Vítor, conseguiu mesmo fazer o 1-1.

Mas a alegria pacense durou apenas dois minutos. Aos 60, após um canto, outra vez Shirokov a deitar um balde de água gelada na festa do estreante Paços. Novamente sem marcação na área. Novamente um erro enorme que custou caro.

O Paços não baixou os braços. O meio campo, mais dinâmico denotava a importância da entrada de Vítor. Sérgio Oliveira continuava a tentar o golo, mas sem sucesso. E Carlão fez levantar os adeptos do Paços com uma remate para um enorme defesa de Lodygin.

Mas a sorte também não estava do lado dos castores. A 5 minutos do final, Kerzhakov remata à barra e a bola bate nas costas do guarda-redes Degra, fazendo o terceiro do Zenit. A seguir, já em cima dos 90, Shirokov, o carrasco do Paços de Ferreira, fez o seu terceiro golo da noite e o 4-1 final.

Um resultado difícil de inverter na segunda mão, na Rússia, e demasiado pesado para a prestação da equipa portuguesa neste jogo.