O Estoril deu tudo o que tinha, mas não chegou para sair de um nulo frente ao Friburgo que, aliado ao empate do Liberec em Sevilha (1-1), torna quase impossível a qualificação dos canarinhos para a segunda fase da Liga Europa. Os jogadores deixaram o relvado sob intensos aplausos dos adeptos depois de terem tentado tudo para marcar um golo, incluindo uma bola na trave e um final de loucos, com tiro ao boneco, contra um adversário reduzido a nove.

Ingrato é o que se pode dizer desde empate, depois de um jogo em que o Estoril foi a única equipa que tentou ganhar o jogo, com nove remates à baliza contra apenas um dos alemães. A chuva miudinha que caiu sobre a Amoreira foi o último mote para um Estoril de combate. Marco Silva manteve a confiança no onze que tinha perdido com o V. Setúbal no domingo e os jogadores entraram em campo a derramar determinação, com uma forte pressão sobre o meio-campo do Friburgo, lutando por todas as bolas como se fossem a última. Um empenho que arrancou desde logo aplausos das bancadas, mas que em termos práticos não correspondeu a muitas oportunidades. O Friburgo, apesar de um modesto 16º lugar na Bundesliga, fechava-se bem a defender, depois saía a jogar para o ataque, obrigando o Estoril a reorganizar-se cada vez que subia no campo.

Confira a FICHA DO JOGO

Filipe Gonçalves e Evandro envolviam-se nas manobras ofensivas, permitindo ao Estoril atacar com mais unidades do que é habitual, mas a verdade é que os espaços junto à área alemã escasseavam. A primeira oportunidade surgiu aos 13 minutos, com um remate cruzado de Filipe Gonçalves. Pelo meio, muita luta, muitas faltas, mas pouco futebol. Ainda assim, a iniciativa era totalmente do Estoril, que correspondia à obrigação de ter de vencer. O melhor lance da primeira parte foi desenhado à passagem da meia-hora, com Filipe Gonçalves a combinar com Evandro e a libertar Luís Leal com um toque de calcanhar, mas o remate do avançado passou ao lado.

O Friburgo respondia, mas só conseguia chegar à baliza de Vagner em lances de bola parada. O Estoril ansiava pela bola e, assim que a obtinha, saía disparado para o meio-campo alemão. A terminar a primeira parte, o primeiro e único verdadeiro susto para os canarinhos, com Vagner e Babanco a desentenderem-se nas alturas. Valeu que Kerk não esperava por tamanho brinde e deixou a bola escapar.

A segunda parte começou com um Estoril ainda mais determinado, a conquistar três pontapés de cantos nos primeiros instantes. Num deles chegou-se a gritar golo na Amoreira, mas a cabeçada de Luís Leal passou ao lado. Havia cada vez mais Estoril e cada vez menos Friburgo. Era a vez de Baumann brilhar entre os postes. Primeiro a uma cabeçada de Sebá, depois a um remate de Rúben Fernandes a curta distância.

Os minutos passavam e Marco Silva, que já tinha lançado Balboa, arriscou tudo com as entradas de João Pedro Galvão e Bruno Lopes. O Estoril carregou com tudo e os alemães, já carregados de amarelos, foram cedendo, com duas expulsões nos últimos minutos por acumulação de amarelos. Carlitos ainda atirou à trave e João Pedro Galvão obrigou Baumann à defesa da noite.

Só faltava a bola entrar para a Amoreira, com toda a gente de pé, explodir em festa. Já em tempo de descontos, a derradeira oportunidade: remate forte de Sebá, Baumann defende para a frente e, Bruno Lopes com tudo para fazer o desejado golo, atirou por cima. Tão ingrato...

O Estoril, com apenas dois pontos, fica numa situação muito complicada, obrigado a vencer em Sevilha antes de receber o Liberec na despedida. A verdade é que o sonho europeu sofreu um forte revés esta noite.