O Estoril bateu-se dignamente mas foi derrotado no arranque da fase de grupos da Liga Europa. Frente a um Sevilha com outros argumentos, a equipa portuguesa acusou um pouco o ambiente de um dia especial. Com muita alma foi possível discutir o jogo até ao fim, mas o triunfo espanhol acaba por ser justo, tendo em conta o número de oportunidades criadas por ambas as equipas.

Acabou por ser um apelido português, Gameiro, a dar a vitória ao Sevilha, que teve em Marko Marin a grande figura. O alemão fez, entre muitas outras coisas, a assistência para o primeiro golo, de Vitolo. Bruno Miguel ainda empatou, mas a equipa de Unai Emery confirmou depois o favoritismo.

Risco sem castigo

A estratégia elaborada por Marco Silva implicava uma boa dose de risco. O Estoril aceitou que fosse o convidado a assumir as despesas de jogo, e depois tentou neutralizá-lo com uma linha defensiva algo subida, bem colada aos médios.

Mas a verdade é que os avançados do Sevilha, bastante móveis, foram aparecendo nas costas do último reduto português. Logo aos dez minutos foi Bacca a aparecer isolado, mas Vagner evitou o golo.

Foi a primeira de quatro grandes oportunidades criadas pela formação espanhola na primeira parte. Seis minutos depois Marín fugiu pela esquerda (fica a ideia que estava fora de jogo) e rematou em jeito ao poste mais distante, mas falhou o alvo por pouco. Pouco depois o alemão voltou a escapar pela esquerda e tentou assistir um colega, mas Babanco cortou (21m). Depois foi o outro lateral do Estoril, Mano, a evitar o golo de Bacca quase em cima da linha (22m).

O Estoril jogava então de forma precipitada, perdendo a bola facilmente a meio-campo. Só no último quarto de hora da etapa inicial é que a equipa portuguesa conseguiu sacudir um pouco a pressão, mas sem criar grande perigo. O único remate digno desse nome foi da autoria de Sebá, e saiu a uma distância razoável do poste, com Javi Varas a controlar (42m).

Marko Marín, sempre o elemento mais perigoso do Sevilha, criou também a primeira ocasião da segunda parte. O alemão foi da esquerda para o meio em «slalom» e depois rematou rasteiro, com a bola a sair ligeiramente ao lado (48m).

Mais espaço e a guerra dos «trunfos»

Na etapa complementar o jogo ficou mais partido, com o Estoril a chegar com outra regularidade à baliza contrária, já com o tridente ofensivo mais inspirado. Mas isto agradou também ao Sevilha, que em contra-ataque acabou por chegar à vantagem. Marín tinha de estar na jogada, deixando Vitolo com a baliza à sua mercê. O camisola 20 do Sevilha não desperdiçou a oferta (58m).

Só que este Estoril nunca se dá por vencido, e precisou de apenas três minutos para restabelecer a igualdade. Balboa descobriu Evandro na área e este, perante a saída do guarda-redes, tocou lateralmente para a conclusão de Bruno Miguel, depois de um defesa visitante ter falhado corte.

Ambos os técnicos lançaram depois os seus «trunfos», e Unai Emery acabou por ser mais feliz nesse aspeto. O luso-francês Kevin Gameiro saltou do banco para marcar o golo da vitória da formação visitante, numa jogada muito idêntica à do primeiro tento (77m).

Gerso também entrou bem no jogo, e agitou o ataque do Estoril, mas sem efeitos práticos. Na última jogada do encontro o esquerdino cruzou na medida certa para Bruno Miguel, ao segundo poste, mas Javi Varas evitou o empate com uma bela intervenção.